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52ª Semana Vocacional: São José, defensor da vida

Escrito por Secretariado Vocacional Redentorista

29 JUL 2021 - 07H15

A Igreja nos propõe, no mês de agosto, refletir sobre a vocação, e isto nos traz um tema muito importante: a vocação humana, a qual nos faz reconhecermos como pessoa, fazendo parte da família de Deus e, como família, somos irmãos e, a exemplo de Jesus Cristo, a sermos santos, como o Pai é Santo.

Nos diz Jesus em seus ensinamentos: “Ser sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-16) e, na medida certa, o sal realça e dá sabor ao alimento. E como necessitamos deste sabor nos dias de hoje, principalmente o sabor da esperança, diante dos desafios que estamos experimentando com essa pandemia, para que as pessoas tenham ânimo em suas vidas. Ser luz do mundo, para iluminar onde há a escuridão da injustiça e opressão, diante do fragilizado, brilhar concretamente, através dos gestos de solidariedade, defendendo a vida que está cada vez mais ameaçada, de maneira especial, os empobrecidos que, por falta de políticas públicas não promovem as pessoas e, assim, negam as condições necessárias para que o ser humano seja protagonista de sua história, resgatando sua dignidade de filhos de Deus e irmão entre os irmãos.

Neste ano em que comemoramos 150 anos da Declaração de São José como Padroeiro da Igreja Universal, o texto proposto para este terceiro dia da Semana Vocacional é do Evangelho de Mateus 1, 18-25, que nos traz uma particularidade. José aqui nos é apresentado como noivo de Maria e, como bem sabemos, o noivado entre os judeus naquela época tinha os efeitos jurídicos de um casamento.

Dos relatos que temos dos textos bíblicos, conhecemos muito pouco da figura de José, sendo que alguns textos nos trazem que o pai adotivo de Jesus é descendente de Davi (Mt 1,20b), é carpinteiro (Mt 13,55) e também pobre, devido a oferenda no Templo na apresentação do menino e purificação de Maria, um par de rolas ou dois pombinhos (Lc 2,24).

Provavelmente, o nosso protagonista trazia no seu coração um projeto de vida: formar uma família e ser abençoado por Deus, através da descendência, e agora, diante deste cenário, encontramos então este dilema: Maria grávida, e José sendo Justo, isto é, temente a Deus e observador das leis, não desejava manchar o nome de sua prometida. Como conhecedor das leis, José sabia que se denunciasse a jovem Maria, ela seria apedrejada até a morte; ele resolve então abandoná-la em segredo.

Permitam-me uma reflexão pessoal: José não estaria errado se ele denunciasse Maria. Ao contrário, ele ficaria livre de um compromisso que neste momento estava sendo desonroso para ele. Isto me leva a imaginar que José, além de ter um sentimento muito forte por Maria, provavelmente de confiança e também de cuidado e amor, neste ato demonstra um cuidado pela vida. O pai adotivo de Jesus não está procurando poupar apenas a vida apenas de Maria, mas do nascituro, que não tem culpa de ter sido gerado.


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O Projeto de Deus é maior que nossa capacidade intelectual possa compreender, e acima de tudo, o Senhor não abandona os que nele confiam.
A ação de Deus neste momento da História da Salvação se dá através de um sonho: José recebe a mensagem do Anjo “Não tenhas medo”, e esta frase, encoraja homens e mulheres, escolhidos por Deus, para assumir uma missão. Chama-o a ser pai adotivo do Filho de Deus. José provavelmente não mensurou a grandeza dessa missão, e como Maria, também diz o seu “FIAT”, e nesta obediência faz com que o seu projeto de vida pessoal se abra para acolher o Projeto de Deus para transformar a sua vida e para a salvação e libertação do seu povo.

Mas os desafios enfrentados pela família de Nazaré não foram poucos. José teve que fazer o recenseamento editado por César Augusto e, mesmo com Maria grávida, tiveram que partir para Belém, pois ele era da casa de Davi. Podemos usar nossa imaginação e buscar sentir como deve ter sido essa viagem, com os meios de transportes da época, completando-se o tempo da gestação. Maria, necessitando de cuidados específicos, chega a Belém e, como tantos outros lá estavam pelo motivo de alistar, não havia lugar para eles na hospedaria. O que faz o bom José? Sai à procura de um lugar. E o que encontra? Uma estrebaria, e lá o Filho de Deus, envolto em faixas e deitado numa manjedoura (Lc 2,1 ss) se revela a outros pobres que estão por perto, os pastores.

O episódio do encontro com os magos (Mt 2,1ss) nos descreve o reconhecimento de outros povos, os gentios daquela época, da realeza e divindade, devido à entrega do ouro, incenso e mirra, novamente Deus se manifesta em sonho, para os Magos, que retornam para seu país, por outro caminho, e a José, para tomar o menino e sua mãe e fugir para o Egito, pois Herodes planejava matar o menino.

Podemos também imaginar como não foi fácil em terra estrangeira e o marido de Maria se tornar o provedor da família, para cuidar do Menino e sua mãe, e assim cumprir a escritura que diz: do Egito chamei o meu Filho. Esta frase bíblica nos recorda a figura de Moisés, que também desde seu nascimento correu o risco de ser morto pelo poder opressor da época, o Rei do Egito (faraó) que decretou a morte dos meninos, filhos dos hebreus, e não fossem a sagacidade das mulheres, primeiro as parteiras, Séfora e Fua, e depois a mãe e irmã de Moisés, o menino não teria sobrevivido e sido adotado pela filha do faraó.

Concluindo então esta reflexão a respeito de São José, um defensor da vida. Quando estava no Egito, novamente foi avisado em sonho da morte dos que procuravam matar o menino, e vemos novamente a família peregrina indo então morar na cidade de Nazaré, e recomeçar novamente.

Todos os desafios enfrentados por José, para realizar o projeto de Deus, demonstram que nem sempre as realidades são favoráveis, mas que a graça de Deus é abundante para aqueles que se colocam a trilhar o caminho. Trazendo para a nossa realidade, a exemplo de José, ele é para nós um modelo para fazer do cotidiano uma defesa da vida, pois o pai adotivo de Jesus sempre que avisado em sonho se colocava a caminho, confiando que Deus estava com ele.

Hoje, muitas vezes, colocamos em dúvida o Projeto de Deus para cada um de nós, nos sentimos despreparados para a missão, mas a exemplo de José, no escondimento, ele defendeu a vida do Menino Jesus e de sua mãe, sendo o provedor da Família de Nazaré. Então não esperemos algo extraordinário para realizarmos o ordinário em nossas vidas, buscando defender a vida, a dignidade e os direitos dos mais vulneráveis da nossa sociedade.

Ir. Marilda Ferreira op.
Irmãs Dominicanas da Beata Imelda

Para refletir:

1) O que mais chamou sua atenção no tema proposto?
2) São José assumiu a missão de proteger a vida do Menino Deus e sua mãe, Maria. E você, quais são suas atitudes concretas em defesa da vida?
3) Você, a exemplo de José, diante da mensagem de Deus “Não tenhas medo”, deixaria seus projetos de hoje em vista de uma missão maior, que é fazer a Vontade de Deus?

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