A 56ª Semana Vocacional, com o tema “eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8), constitui uma ocasião propícia para a reflexão e o discernimento vocacional, orientados para a promoção de uma existência mais plena e autenticamente humana. Antes de tudo, falar de vocação é tocar no mistério do chamado divino que ressoa no mais íntimo do ser humano. Ser vocacionado não se trata estritamente de uma escolha funcional ou uma decisão racional, pois a vocação é um encontro: Deus vem ao encontro da pessoa humana e, nesse movimento, ela se descobre a si mesma na sua verdade mais profunda e original.
A antropologia bíblica ensina-nos que o ser humano é criado por amor, feito à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 26). Esta afirmação mostra-nos a imensa dignidade de cada pessoa humana, que não é somente alguma coisa, mas alguém capaz de se conhecer, de se possuir e de livremente se dar e entrar em comunhão com outras pessoas e com toda a criação (LS, n. 66).
Na linguagem do Papa Francisco na Laudato Si (LS), vivemos, nos experimentamos e pertencemos à nossa casa comum (LS, n. 65). À criaturidade, faz-se necessário acrescentar o ser imagem de Deus que está relacionado com a marca do divino no ser humano, que o Novo Testamento chama de ser constituído em Cristo (1Cor 8,6; Col 1,15-18; Hb 1,2; Jo 1,1-4). Estes ensinamentos evidenciam, ao mesmo tempo, que o ser humano é fruto do amor de Deus e que na sua constituição profunda reluz a presença de Deus como dom gratuito.
A vocação nasce na beleza deste encontro da divindade com a humanidade que não são concorrentes, mas complementares. A resposta ao convite de Deus, sempre primeiro e gratuito, passa pela vivência da humanidade de forma integral. Quanto mais o ser humano vive a sua vocação, mais ele descobre quem ele é e se realiza como pessoa na colaboração com um mundo mais humano, fraterno, solidário e que respeita toda a criação, que pertence a ao criador.
Além disso, o Espírito Santo, Espírito de filiação, isto é, que nos assemelha a Jesus, o Filho por excelência, foi derramado no coração humano (Rm 5,5b). A vocação está relacionada com a acolhida desta presença divina em nós. O Espírito conduz-nos a viver o melhor e mais humano que somos. Isto é motivo de esperança em um ser humano e em um mundo melhores. E esta sólida “esperança não decepciona” (Rm 5, 5a).
Tudo isso nos leva a dizer que viver a vocação é um encontro transformador. O ser humano se encontra com os seus anseios, sonhos, desejos mais profundos, com a beleza de Deus na sua interioridade e é impulsionado para modificar seu jeito de ser e de viver. Trata-se de um encontro que transforma egoísmo em fraternidade, ódio em amor, fechamento em si em comunhão, tristeza em alegria, desânimo com a vida em existência repleta de sentido. Ademais, se queremos saber como é uma vocação realizada, olhemos para Jesus: totalmente aberto ao Pai e plenamente humano – aquele que fez o bem a todos (At 10,38) e amou até o fim (Jo 13,1).
Discernir e viver a vocação recebida significa ser mais humano e viver a santidade. Como bem expressou o Papa Francisco na Gaudete et Exsultate (GE), “não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da Graça" (GE, n. 34, itálico nosso).
Viver a vocação é permitir-se ser transformado pelo encontro com Aquele que nos chama pelo nome, é deixar-nos conduzir pelo Espírito para tornar-nos, a cada dia, mais humano. Isto significa a realização pessoal, viver a verdade que somos, que está relacionada com o dinamismo que a presença de Deus em nós insere-nos.
Que esta semana seja um tempo fecundo de escuta, discernimento e coragem para dizer, com generosidade e alegria: “Eis-me aqui, envia-me!”. Envia-me para a construção de um mundo mais justo e fraterno. Nesta abertura ao outro humano, ao mundo, fruto da abertura a Deus, está a realização e alegria humana e a fonte do sentido para a vida.
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