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Santo do Dia

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Santa Crispina
Localização: Argélia

Crispina nasceu de rica e nobre família em Tebaste (ou Thagara, ou Thacora), cidade romana da Numídia, em Taoura, Argélia, norte da África. Ali vivia no final do século III e início do Século IV, casada e mãe de vários filhos. Não possuía boa saúde; muito firme na Fé, era estimada carinhosamente pelos cristãos, que a procuravam pelos seus bons conselhos tanto em assuntos religiosos quanto naturais.

Neste período eclodiu a décima perseguição do imperador romano Dioclesiano aos cristãos. Sendo muito conhecida na região, Crispina foi uma das primeiras a serem presas e levada a Theveste (Tébessa) para julgamento pelo procônsul Gaius Annio Anullino. Diante dele, ela se negou a adorar os deuses pagãos: – "Você quer viver muito ou morrer entre as torturas como seus cúmplices [Júlio, Potamia, Félix, Grato e outros sete cristãos]?".

"Se eu quisesse morrer, eu não deveria fazer outra coisa que dar o meu consentimento aos demônios, deixando que a minha alma se perdesse no fogo eterno".

Para humilhá-la, rasparam o seu cabelo, e Gaius a atormentou de várias formas; mas nem diante do choro dos seus próprios filhos ela negou a Deus. Humilhado, então, ficou Gaius, diante da valentia de Crispina, e irritado decretou-lhe a morte por decapitação de espada, diante do que a santa disse: "Louvado seja Deus que me olhou de cima e me tirou de suas mãos".

 Em cinco de dezembro de 305, a sentença foi executada fora de Theveste, e neste local foi posteriormente construída uma Basílica. Num dos seus sermões, Santo Agostinho, que viveu no mesmo período, a compara com Santa Inês e Santa Tecla, e o seu culto foi muito difundido na Antiguidade.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho



Reflexão:

“Crispina”, de etimologia alemã, significa “de cabelo crespo”. [Infelizmente não pude apurar, caro leitor, se o nome desta mártir era, portanto, este mesmo, ou se apenas um apelido]. Mas providencialmente este fato permite uma breve e pertinente consideração. Crespo, encaracolado, enrolado desde a raiz, é o modo característico da vida humana desde o Pecado Original; o que não impede, pela infinita bondade de Deus que nos concedeu a Redenção pela Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, de novamente nos reconciliarmos com Ele, a exemplo da firmeza e virtude exemplares desta santa. A nós basta a humildade de reconhecer nossas limitações e, assim conscientes delas, obedecermos a Deus, seguindo os Seus Mandamentos com o auxílio indispensável dos Sacramentos que Ele nos deixou através da Santa Igreja. Esta é a coerência ao mesmo tempo normal e indispensável a quem de verdade é fiel a Deus, sem “reinterpretações” e subjetivismos interesseiros: só assim receberemos a graça santificante que nos permite não adorar os demônios ao invés do Senhor, ainda que para isso seja necessário morrer na carne. De fato, as perseguições romanas aos cristãos se baseavam em que eles não ofereciam sacrifícios aos deuses romanos, o que deveria trazer a sua insatisfação e consequente castigo para o império…algo até lógico, e que seria admirável se não fosse o fato de que tais “deuses” nada mais eram do que fantasias criadas à imagem e semelhança dos homens pecadores, exatamente o contrário da Verdade, pois somos nós os criados à Imagem e Semelhança de Deus, por Sua bondade e nada mais! Tal inversão de ideias vem exatamente do diabo, que nos quer perder e afastar de Deus, e que Santa Crispina denunciou claramente no seu julgamento: ela se recusou a "sacrificar aos demônios", resistindo às ameaças e punições para não "sujar sua própria alma com os ídolos, que são feitos de pedra, fabricados pelo homem". Hoje também são muitos os ídolos que o diabo propõe à Humanidade, particularmente através de ideologias políticas que prometem um impossível e mal dimensionado e ilusório “paraíso terrestre”, onde questões econômicas e administrativas são colocadas acima de Deus e da salvação das almas. Só seremos “enrolados”, enganados, se o quisermos e permitirmos; pois Cristo e os Seus santos já nos mostraram claramente o caminho da Verdade e a disposição a seguir.

Oração:

Deus, Pai de Amor, que jamais abandona os Seus filhos, os quais resgatastes com o Sangue de Jesus, concedei-nos pela intercessão de Santa Crispina o discernimento e a firmeza para não nos deixarmos enganar ou intimidar pelas seduções e perseguições do mal, dos ídolos atuais, enfim, do demônio que se apresenta sob muitos disfarces mas não pode esconder o seu desejo de dominar tiranicamente nossos corpos e almas, mas ao contrário nos fortaleça na Fé e na Verdade, para darmos sempre e sem restrições o exemplo do primado ao Vosso Amor e à Vossa Vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

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