Por TV Aparecida Em Arquivo A Atualizada em 05 FEV 2019 - 14H20

Arquivo A: "Diante da dor de Brumadinho, existe a força de Deus que traz conforto e esperança"

Repórter Gabriela Leite relata os bastidores da gravação do especial que vai ao ar nesta quinta-feira (7), às 21h30,na TV Aparecida

Produção Arquivo A
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Um mundo paralelo de destruição em um mar de lama. Assim, a repórter Gabriela Leite, do jornalismo da TV Aparecida, descreve sua primeira impressão ao chegar na cidade de Brumadinho (MG), onde ocorreu o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro no dia 25 de janeiro e que é tema do Arquivo A desta quinta-feira (07), às 21h30.

A equipe formada por Gabriela e os produtores Guilherme Machado e Bárbara Monteiro, junto com o cinegrafista Diego Rosa e com produção à distância de Ana Neri, chegou em Brumadinho na terça-feira (29), para acompanhar os detalhes da tragédia, o trabalho dos bombeiros e voluntários e como a Igreja Católica da região auxilia as famílias da cidade

Confira a entrevista completa da repórter Gabriela Leite sobre a gravação deste especial.

A12 - Qual foi a sua primeira impressão ao chegar em Brumadinho?

Gabriela Leite - Realmente, o cenário parece um mundo paralelo. A gente custou a acreditar e entender o que nossos olhos viam. Na medida em que chegávamos nas áreas rurais da cidade, começamos a ver a lama. Um verdadeiro deserto de lama e destruição. É um grande choque. São plantações, casas cobertas pela lama, empresas, de tudo. Parecia um cenário de guerra

Em alguns locais não era possível distinguir o que havia ali anteriormente, pois a lama atingiu uma altura de 20 metros. Os moradores locais apontavam lugares onde ficavam empresas, casas, caminhões, mas só era possível ver a lama. Em outros pontos vimos carros arrastados, troncos de árvores e ferros retorcidos. Um cenário de terror.

Produção Arquivo A
Produção Arquivo A
Cobertura especial Arquivo A em Brumadinho(MG)


A12 - Como está sendo o trabalho dos bombeiros?

GL - São mais de 350 homens trabalhando noite e dia. As buscas iniciavam às 4h da manhã e se estendiam até 9h ou 10h da noite. Os bombeiros faziam as buscas nas "zonas quentes", áreas de grande possibilidade de encontrar corpos. Essas áreas eram definidas logo no inicio de toda manhã.

Nós acompanhamos o trabalhos deles na retirada de corpos da lama. É uma cena muito forte. Além disso, durante todo o tempo, helicópteros levavam e traziam agentes cobertos de lama para diferentes regiões atingidas pelo desastre. Eles trabalhavam durante o dia todo e estavam muito desgastados, mas todos se dedicavam ao extremo na busca de pessoas com vida ou de corpos para conseguir dar um pouco de conforto às famílias.

Produção Arquivo A
Produção Arquivo A
Cobertura especial Arquivo A em Brumadinho(MG)


A12 - Como a Igreja Católica tem atuado junto aos moradores da cidade?

GL - A Igreja está muito presente no apoio aos familiares. Não só o apoio físico, com a abertura de espaço das Igrejas da cidade para receber mantimentos e como base operacional para os bombeiros, mas também espiritual. A Igreja Matriz da cidade teve a rotina alterada com missas diárias às 19h30 e a permanência 24h do Santíssimo no altar. Por isso, essa igreja está sempre cheia. Observamos um povo de muita fé, pessoas agarradas em uma devoção muito forte para superar esse momento difícil.

Além disso, pudemos perceber o papel importante da Igreja na ajuda à população afetada na busca de seus direitos. Não em um papel jurídico, mas aconselhando qual caminho a seguir. 

A12 - Você ressaltou a fé dos familiares de pessoas desaparecidas. Como você descreve a situação deles em Brumadinho?

GL - A situação é muito delicada. Os bombeiros afirmam que a possibilidade de encontrar sobreviventes, uma semana depois da tragédia, é muito remota. A esperança das famílias atualmente é que os corpos sejam encontrados e eles possam dar um fim digno à vida dos parentes. 

A Arquidiocese de Belo Horizonte organiza as ações na cidade, que têm o objetivo de confortar a dor no coração dos familiares.

A12 - Existem muitos voluntários trabalhando na cidade?

GL - Eles estão por toda parte, ajudando em diversas atividades em Brumadinho, auxiliando na organização dos mantimentos, produtos de higiene, etc. No inicio, os voluntários ajudaram também na busca por sobreviventes. Brumadinho recebeu ajuda de bombeiros, médicos, socorristas e psicólogos acompanhando diretamente os familiares e, inclusive, oferecendo comida e água para nossa equipe durante a cobertura. 

A12 - Como você resume o Arquivo A - Especial Brumadinho, que vai ao ar nesta quinta-feira (07), às 21h30?

GL - O Arquivo vai mostrar que, mesmo diante de toda a imensa dor da tragédia, é possível lutar. Vamos mostrar, através da história dos voluntários, bombeiros, familiares e Igreja, que a força maior de Deus pode dar conforto e proteção em um momento tão delicado como este e dar esperança para que os líderes envolvidos sejam mais responsáveis com a vida humana.


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