Espiritualidade

Santo Antão a entrega total a Jesus, ontem e hoje

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

12 JAN 2021 - 09H00 (Atualizada em 17 JAN 2024 - 08H49)

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Podemos dizer que a origem do monarquismo foi no Egito, mais precisamente nas regiões desérticas desse lugar. Os primeiros “monges” eram os chamados ermitãos ou anacoretas e devem a Santo Antão muito do seu estilo de vida.

Antão era do Egito, de família rica, e ficou particularmente tocado com o Evangelho do Jovem rico, no qual Jesus lhe pede para vender todas as coisas e doar o dinheiro aos pobres. Com esse chamado pessoal, Antão resolve ir viver sozinho no deserto, onde foi alvo de muitas tentações, que ficaram famosas na Idade Média.

Leia MaisOs santos são desapegados? Já enquanto era vivo, começou a ter uma fama de santidade muito grande, e foi por isso que muitas outras pessoas se aproximavam de Antão e buscavam viver uma vida semelhante à sua. Antão os recebia e os fazia seus filhos espirituais, proporcionando-lhes uma direção espiritual.

Antão também defendeu a fé de heresias e consolou muitos cristãos perseguidos por causa da fé. Ele não redigiu nenhuma regra monástica, mas suas frases e conversas com Paulo de Tebas foram bem guardadas e transmitidas oralmente para os monges mais novos, até que foram reunidas por Isaías por volta do ano 450.

Talvez esse estilo de vida nos pareça muito distante hoje, mais de 1500 anos depois. Em uma sociedade globalizada, que parece conectar de maneira cada vez mais eficaz a tudo e a todos, o silêncio interior e a solidão podem parecer absurdos e completamente ultrapassados. Mas se olhamos mais de perto e compreendermos as diferenças culturais que nos separam de Santo Antão, poderemos ver que muito do que ele viveu pode nos ajudar hoje em dia a ter um contato mais íntimo com Deus.

De fato, o único desejo de Antão ao deixar tudo e ir viver uma vida retirada, era o de responder a um chamado que Jesus lhe tinha feito pessoalmente. Quantos de nós podemos dizer que vivemos uma relação tão pessoal e íntima com Jesus, a ponto de descobrir o seu chamado para as nossas vidas? Mas Ele tem um plano para cada um de nós, para sermos felizes e para fazermos os demais felizes também.

Este desejo de ser fiel a Deus ficou muito claro no episódio das tentações, tão característico da vida de Santo Antão. E na nossa vida cristã também não faltam momentos difíceis nos quais somos convidados, com a Graça de Deus, a vencer diversas tentações. É como diz a frase: Não existe cristianismo sem cruz”. Antão nos mostra como, com a ajuda do Senhor, é possível viver na graça de Deus e nos mostra ainda como viver assim é valioso. Quantos de nós podemos dizer que lutamos realmente contra as tentações e que temos um real desgosto pelo pecado?

Disso tudo não pode ficar a mensagem de que somos muito pecadores e que nunca conseguiremos viver uma autêntica vida cristã. É totalmente o contrário. Ao perceber nossas falhas precisamos nos atirar com mais audácia nos braços de Deus e pedir que seja Ele quem nos guie e nos carregue em nossa vida.

Que, como Santo Antão no passado, possamos hoje colocar Jesus verdadeiramente no centro de nossas vidas e responder, assim, ao chamado de Deus a sermos seus filhos e filhas amados!

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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