Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 22 AGO 2019 - 15H23

A catequese e Maria

Desde 1981 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil decidiu intensificar em agosto orações, atividades, reflexões, gestos comunitários para dinamizar a cultura vocacional na vivência da fé. Nasceu a Semana Vocacional. No penúltimo domingo de agosto deu-se um enfoque especial sobre a vocação do leigo e sua atuação no mundo. Neste domingo, salienta-se também a generosidade das catequistas em todos os níveis de formação cristã. A quinta Conferência do Episcopado latino-americano acontecida em Aparecida em maio de 2007 difundiu a expressão: discípulo-missionário, como característica do seguimento de Jesus. No Batismo os fiéis leigos ligam-se às funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei do novo Povo de Deus. “Leigos (as) são homens e mulheres da Igreja no coração do mundo, e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja”. Por seu lado os catequistas zelam pela educação ordenada e progressiva da fé e fazem a “ponte” entre o altar e as ruas, entre a contemplação do divino e os comportamentos que santificam as tarefas materiais.

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Nosso olhar vocacionado percorre a história do Povo de Deus (a Igreja). Repousa numa pessoa exemplar em todos os aspectos do discipulado-missionário. Nela se cruzam e se inter-relacionam todos os estados vocacionais. É Maria! Virgem e consagrada. É mãe e esposa. É discípula e mestra. É modelo, caminho, início da Igreja e sua realização escatológica. A história da evangelização cristã nos atesta: onde está Maria, aí está a Igreja. Onde está Maria, aí a Igreja aponta para Cristo. Quem fala sobre Cristo não pode calar-se sobre Maria. Nela se manifesta em plenitude a salvação que Jesus nos trouxe. Ela foi a pessoa mais inserida no mistério do Senhor. Ela integrou em si mesma, em seu relacionamento com Jesus, em sua presença no quotidiano da vida familiar, tudo o que significa na missão da Igreja a palavra “catequese”. Foi a primeira catequista do Pai, ensinando o Filho, dele aprendendo deixando-se levar pelo Espírito que o gerou em seu seio virginal. Sua pessoa feminina, seu sangue, seu amor se tornaram “lugar geográfico” da encarnação do Verbo. Formou-se nela o “homem novo”, início da nova humanidade, primogênito dos irmãos, primícias do Reino!

A primeira catequista da Igreja é Maria. Na história e no mistério. Enquanto mistério, a Igreja é descrita como “corpo de Cristo”. Sendo mãe e educadora de Jesus, Maria é mãe e preceptora espiritual da Igreja-corpo. (Mulher, eis aí teu filho! Jo 19,26-27). Acolher a ela em casa, como fez o discípulo amado é reconhecer nela a ponte entre o altar (a cruz da redenção) e o dia-a-dia. Toda catequese paroquial deve ser incentivada e apoiada pelos pais. Nela está o futuro da Igreja educando fiéis discípulos-missionários de Jesus. Seja na vivência em família, nas relações da comunidade e em nosso coração. Que Maria nos inspire e ajude.

               

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