“Onde houver trevas, que eu leve a Luz!”
“Que Nossa Senhora Aparecida lhes proteja. Adeus, até quando eu voltar em 2017!” – Tais palavras do Papa Francisco quando do encerramento de sua visita ao Santuário Nacional em 24 de julho de 2013 nos trazem à memória um importante acontecimento que se dará daqui alguns anos: o III Centenário do encontro da imagem da Virgem Aparecida nas águas do Paraíba, 300 anos de devoção à Rainha e Padroeira do Brasil – e que contará com a presença de um ilustre peregrino: o Santo Padre, que, como o mais humilde romeiro, se emocionou diante da veneranda imagem da Senhora da Conceição Aparecida.
Foto: Thiago Leon.
Na Tribuna Papa Bento XVI, o Papa Francisco disse que voltaria para o jubileu de 2017.
Tendo em vista essa importante celebração, o Santuário Nacional realiza, desde o ano passado, um período de preparação intensa, que deve irmanar todo o país. Durante a Novena e Festa de Nossa Senhora Aparecida, nestes anos que antecedem 2017, serão refletidos os Mistérios do Rosário. Este ano, dedicado à contemplação dos Mistérios da Luz (ou Luminosos), ofereceu-nos como tema das Solenidades de Outubro: 'Com a Mãe Aparecida seguimos Jesus, nossa Luz!'.
Os Mistérios da Luz (acrescidos ao Rosário por João Paulo II em 2002), fazem referência à vida pública de Cristo, entre o Batismo e a Paixão. São-nos indicados cinco momentos significativos (o Batismo no Jordão; as Bodas de Caná; o anúncio do Reino de Deus e o convite à conversão; a Transfiguração e a Instituição da Eucaristia), que evidenciam a Luz presente em todo o Mistério de Cristo. Na verdade, Jesus, que se nos revela como a “luz do mundo” (Jo 8,12), revestido pelo lume do Espírito durante o Batismo, com o início dos sinais em Caná, com a sua pregação e com o esplendor da transfiguração, convida-nos a participar do Sacrifício do seu Corpo e Sangue na Eucaristia e a reconhecê-lo como Filho de Deus e caminho único que conduz à salvação, à Luz Eterna.
A tudo isso, Maria, Nossa Senhora da Luz, “Iluminada e Iluminadora” (nos dizeres de Padre Zezinho), dá sua contribuição, apontando-nos Aquele que traz no ventre e recordando-nos que “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1). Como Mãe e intercessora do povo brasileiro, motiva-nos a sermos “luzeiros” de Jesus, “Deus de Deus e Luz da Luz”, dissipando as trevas advindas do desamor, da injustiça, da opressão, enfim, do pecado, tal como a Luz do Ressuscitado, simbolizada no Círio Pascal, à qual nos associamos ao acender nossas velas na noite do Sábado Santo. De fato, Cristo, é nossa Luz e centro de nossa existência, conforme nos recorda o texto reformulado da Consagração a Nossa Senhora Aparecida, que ganhou uma dimensão mais cristológica. A Senhora Aparecida, através do encontro milagroso de sua imagenzinha em 1717 – cabeça e tronco separados e, depois, unidos pelas mãos calejadas dos pescadores – em pleno Brasil colonial, “dividido pelo muro vergonhoso da escravatura”, revela que “Deus dá uma mensagem de recomposição do que está fraturado”, como afirma o Papa Francisco ao Episcopado Brasileiro, no Rio de Janeiro, em 27 de julho de 2013. Ora, das trevas, Deus fez a luz! (cf. Gn 1,3-4). Assim, numa sociedade marcada por cruéis e incoerentes desigualdades sociais, como é a brasileira, Maria faz-se solidária aos sofredores e impulsiona cada devoto seu a assumir-se como agente “portador” da luz do Ressuscitado pelo Batismo, tornando-se, pois, “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-16), no rumo e no fulgor de Cristo Luz dos Povos e Sol da Justiça.
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