Na data de 08 de março se comemora o Dia internacional da mulher. A minha reflexão inspira-se na Bíblia. Movidos por nosso amor a causa de Jesus Cristo, pensamos a vida, a história, os desafios sociais. Guiados pelo Evangelho vamos ao encontro dos anseios humanos sem fugir da luta por um mundo melhor.
Qual foi a origem do Dia internacional da mulher? Aconteceu nos Estados Unidos na cidade de Nova York uma greve das operárias das indústrias têxteis, no dia 8 de março de 1857. Elas reagiram às péssimas condições de trabalho. Exigiram a igualdade salarial e a redução da jornada de trabalho. De 14 horas diárias reduzir para 10. Imagine você como era um dia de trabalho da mulher. Hoje a lei trabalhista estabelece 8hs diárias. Mas há países em que já é menos. O que aconteceu com aquela greve em Nova York? Reprimiram-se violentamente as manifestações das operárias nas fábricas. E 129 delas morreram queimadas no seu ambiente de trabalho. Fato chocante que incomodou a consciência dos povos. Passados muitos anos, em 1975, a ONU institucionalizou o dia 8 de março como o Dia internacional da mulher.
Jesus viveu sujeito a todas as amarras de uma cultura muito machista. Mas o grupo de discípulos dele começou a se diferenciar dessa cultura machista. Tinha diversas mulheres que são citadas nos Evangelhos. São muitos os episódios digamos assim “feministas” nos quais Jesus foi protagonista nos Evangelhos. Citando alguns: o encontro com a samaritana que foi buscar água no poço de Jacó; o caso da mulher adúltera que ia ser apedrejada; a condenação ao divórcio permitido então só para os homens. Às vezes ouvimos feministas não cristãs criticando passagens bíblicas onde é clara a cultura machista. São críticas no mínimo muito ingênuas. Não é possível transpor para um passado, o quadro social do presente. Pois bem. Uma conhecida e afamada historiadora do feminismo um livro em 2007 na França. Ela acusa o movimento de negligenciar o papel da maternidade. Ignorar a maternidade é errar o caminho, pois a mais profunda, gratificante e mais feminista experiência da mulher é dar à luz, diz a historiadora. Ser mãe é a auto-realização da mulher e tem uma função social que não pode ser ignorada sem prejudicar o próprio exercício da maternidade. A historiadora afirma: fazer do aborto o símbolo da libertação feminina, é enganar a mulher. Não a liberta do sofrimento físico e moral. Sem dúvida, a mulher de hoje ainda tem muito que lutar e se mobilizar para garantir seus direitos nessa nossa sociedade que também é machista. Apesar de todo o progresso técnico e todas as conquistas sociais. E se forem cristãs tem o direito de questionar a própria Igreja em muitos aspectos. Por outro lado a Igreja tem procurado ajudar a mulher pobre, operária, indígena, negra, doméstica etc. Como imaginar o mistério da Igreja em sua presença no mundo sem valorizar cada vez mais a mulher? Parabéns a elas por esta data, mas muito mais pelo que representam na sua participação na cultura da vida.
Pe. Antonio Clayton Sant’Anna – CSsR
Diretor da Academia Marial (2010-2015)
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