Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos

Importância de Maria no calendário cristão

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Apenas o mistério pascal justifica as festas e a veneração aos santos. Tudo na vida de Jesus e na história centraliza-se na Páscoa. Nela repousa o calendário com os tempos litúrgicos. Natal e Páscoa são os dois grandes eixos. A Igreja não separa Mãe e Filho ao celebrar o mistério do Senhor ressuscitado. Um nexo indissolúvel liga uma e outro no projeto salvador do Pai. O sim da Virgem foi a porta para a entrada plena do Verbo em nossa humanidade. Mesmo depois da revelação dos fatos e do transcurso da história, passados os 20 séculos da peregrinação na fé, considerar como terá sido a expectativa da Virgem durante a gravidez será exercício de pura imaginação. Perguntar-se sobre a convivência de Maria com Jesus após o nascimento e o aleitamento é conjeturar respostas hipotéticas aos mistérios. Tudo aqui é misterioso! A nossa maneira de pensar não tem como descrever a intimidade do Filho nos 30 anos ao lado da Mãe em Nazaré!

 

Foi Jesus que primeiro nos levou a Maria!

O tempo subsequente à ressurreição escapa a quaisquer registros históricos. A mesma coisa se pode dizer quanto à presença de Maria nos anos de gestação da comunidade cristã original. Além do carinho, do respeito, do olhar admirativo e reflexivo dos discípulos sobre a pessoa dela, é certo que mais tarde o culto devocional e de veneração foi se impondo como conatural à progressão da fé em Jesus Cristo nas relações comunitárias. Foi Jesus que primeiro nos levou a Maria! Quem fala de Cristo não pode calar-se sobre Maria. Não por causa das informações biográficas (aliás, poucas), mas porque nela encontramos em plenitude a salvação realizada por Jesus. Ela faz parte do Evangelho. Podemos resumir o traçado da história cristã inicial: antes se viveu o testemunho, se partilharam as tradições orais, se aprofundaram as reflexões em cima da “novidade Jesus” e se desdobraram as recordações do que Ele ensinara e fizera. Depois, surgiram os escritos catequéticos.

Mas, o Memorial do Senhor, a memória viva do mistério pascal, a eucaristia ou “fração do pão” é desde o início a celebração identificativa da Igreja. Ora, elementos de conteúdo mariano estão presentes nos rituais eucarísticos mais antigos. Por exemplo: “Fez-se homem por obra do Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria”. Estão presentes também ligando Maria à Igreja- “comunhão dos santos”. Foi o progresso da reflexão cristológica que abriu caminho e permitiu estabelecer o lugar teológico de Nossa Senhora no culto cristão. Realçou sua importância na evolução litúrgica do calendário oficial. Os louvores, as referências, as amostras de devoção mariana que permeiam a celebração do mistério pascal no ano litúrgico são anteriores às festas específicas de Nossa Senhora. Celebrando os mistérios de Cristo no calendário anual a Igreja admira e exalta em Maria o mais excelente fruto da Redenção. (Constituição Sagrada Liturgia, nº 103)

Foi Jesus que primeiro nos levou a Maria!
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