Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 17 SET 2020 - 16H07

Maria, a casa da Palavra e do Pão

No Brasil, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) mobiliza a ação pastoral no mês de setembro, focando na Bíblia. No dia 30, veneramos um santo que dedicou toda a sua vida ao estudo da Sagrada Escritura: São Jerônimo. Ele viveu no 5º século DC. Homem de grande inteligência amou profundamente a Bíblia Sagrada vendo nela a centralidade de Cristo. “Ignorar a Sagrada Escritura é ignorar o próprio Cristo!”.

Este mês nos convida a dedicar mais tempo à leitura orante da Palavra viva de Deus. Agora temos mais consciência da sua força transformadora na história e no mundo. Esta é uma convicção da fé cristã: somente a sabedoria divina pode corrigir os enganos, os desacertos, as ignorâncias da nossa pobre sabedoria humana. O conhecimento e a vivência da Palavra de Deus sustentam a libertação e a paz em nossos relacionamentos e projetos sociais e políticos.

A reflexão especial sobre a Bíblia é no mês de setembro, mas o nosso contato com a Sagrada Escritura deve ser constante.

Belém, local do nascimento de Jesus foi onde São Jerônimo viveu boa parte de sua vida aprofundando seus estudos bíblicos até morrer ali. Na linguagem bíblica, Belém quer dizer: a ‘casa do pão’. Isso nos sugere um paralelo com Maria: ela é a mãe do ‘pão descido do céu’: o Verbo feito carne.

Thiago Leon
Thiago Leon


A
Virgem é apresentada nos traços profundos da sua função em relação ao mistério de Cristo, desde as origens da Igreja. A comunidade cristã primitiva formou-se a partir dos apóstolos. O Novo Testamento é o legado espiritual e eclesial divinamente revelado na maneira como os primeiros cristãos viveram a fé em Jesus Cristo. Depois da ressurreição do Mestre foi muito importante para a igreja em gestação inspirar-se naquela que gerou seu fundador.

Ela foi paradigma no seguimento discipular. Protagonizou o perfil do viver em Cristo, com ele e por ele. Assim, tornou-se antes de nós a “nova criatura” segundo a expressão paulina em IICor.5,17. As comunidades cristãs logo perceberam que todo o depósito da fé bíblica condensava-se na mulher do Fiat: a virgem obediente e fiel à Palavra de DeusMaria foi se tornando o espelho vivo da promessa de Deus que nela se cumpria na encarnação do seu Verbo.

Logo, a Palavra de Deus não é só a letra escrita nos livros. É a ação amorosa do Pai que vai entregando a nós constituídos seus filhos adotivos, os dons da salvação realizada por seu Unigênito. E de nós Ele espera o sim de Maria acolhendo Jesus, o salvador.

Ela, a segunda Eva, ao acatar o chamado ou proposta de Deus representa a nova humanidade, da qual Jesus é o princípio – o novo homem – formado em seu seio virginal, pois São Paulo escreve em Colossenses, 1,15: "Cristo é o primogênito de toda a criatura". A mãe é dele inseparável: sua mestra e discípula primeira na Palavra. Primeira redimida e pessoa enraizada na Palavra de Deus.

Que ela possa gerar Cristo em nós!

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