Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 25 MAR 2019 - 17H17

Maria assunta aos céus: primícias da Igreja!

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Na festa da Assunção de Maria ao seio da Trindade santa, nosso olhar contemplativo repousa amorosamente na Mãe junto ao Filho. Lá a sua experiência e vivência pessoal da fé aqui vivida na terra, atesta a certeza do caminho. Confirma as promessas do Evangelho e nos convida a vivê-lo com todo empenho.

Neste dia em que a Igreja celebra e festeja a sua primeira discípula elevada ao céu em corpo e alma, contemplamos o que a própria Igreja deve ser.  Quanto à primeira leitura da missa convém ter presente: o livro do Apocalipse é um livro escrito quando foi necessário encorajar as comunidades cristãs nos tempos de perseguição.  Tempo em que o simples fato de se declarar cristão acarretava prisão e morte. O Apocalipse é atribuído à São João Evangelista e anuncia a revelação de Jesus Cristo através de figuras, imagens e símbolos. O autor trabalha com “sinais” que devem ser devidamente interpretados por alguém já iniciado na vida cristã. Os sinais são uma espécie de “linguagem em código”, ou linguagem  cifrada que passa a mensagem sem perigo de provocar a suspeita dos perseguidores. Sem identificar a origem cristã do escrito.

Essa linguagem em código é um tipo de literatura antigamente muito usado entre os judeus.  A palavra “apocalipse vem da língua grega e significa: revelação. Refere-se às visões, às revelações recebidas por um “vidente”. Elas são narradas com fantasias amedrontadoras.

Entretanto, familiarizando-nos com o tom misterioso do livro vamos logo perceber que o “Apocalipse é um documento espiritual de resistência para a Igreja, no momento em que ela vai tornar-se a igreja dos mártires”, no seu primeiro século (cfr. Dicionário  Enciclopédico da Bíblia, Vozes, pg. 799). Logo, ao contrário do que se imagina, o Apocalipse é um livro que reflete sobre o poder de Deus na História, um livro profético mostrando a salvação de Deus no passado e no presente e enchendo-nos  de esperança para o futuro. O seu valor ou conteúdo não deve ser buscado nas imagens e ameaças em vista dos últimos tempos. No centro dele está a pessoa de Jesus Cristo: o Senhor ressuscitado e glorificado, aquele que revela aos homens os desígnios de Deus.

O texto falou numa: “mulher vestida de sol e perseguida por um dragão que lhe queria devorar o filho apenas nascido…”(12,1) é a imagem da visão do grande confronto entre o poder de Deus e a maldade dos homens  no mundo. A mulher é o “grande sinal” da vitória de Deus.

Na intenção do livro, essa mulher representa a um só tempo o papel de Maria  e o papel da Igreja fundamentada por Jesus, na História da salvação. Maria é, então a “nova Eva” que deu à luz o Cristo.

Cristo é o filho da mulher grávida que o Dragão queria devorar apenas fosse nascido. Protegida por Deus ela e o filho “foram levados para junto dele” (v.5).  E assim, Cristo se tornou o início, as primícias de uma nova humanidade. Uma geração humana redimida, libertada do poder das trevas: as injustiças e ambições do mal. Ou seja: cidadãos da cidade de Deus, submetidos ao seu trono.

Maria venceu com Jesus, o Filho.  E vence hoje, com a Igreja dele da qual ela é o modelo fiel. A Igreja e cada comunidade cristã está continuamente gerando, dando à luz a Cristo – ao seu reino – aí no mundo.

 

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