A história de Maceió tem início em um engenho de açúcar. Residia em Pajuçara Manoel Antônio Duro que recebeu de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena uma sesmaria a mesma que posteriormente teria sido transferida para outros donos. No ano de 1673 o então rei de Portugal ordenou a Visconde de Barbacena que construísse no porto de Jaraguá um forte que teria como finalidade evitar o comércio ilegal do pau-brasil. Neste povoado existia uma capelinha dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres. A dita capela foi erguida onde hoje se encontra a igreja matriz, na Praça Dom Pedro II.
O desenvolvimento do povoado foi impulsionado pelo porto de Jaraguá sendo desmembrado da Vila das Alagoas em 05 de dezembro de 1815, quando D. João VI assinou o alvará régio. Com a emancipação política de Alagoas, em 1817, o governador da nova Capitania, Sebastião de Mélo e Póvoas iniciou o processo de transferência da capital para Maceió, um processo tumultuado que encontrou resistência de homens públicos e da câmara Municipal. Uma expedição militar de Pernambuco e da Bahia chegaram a Maceió para garantir a ordem e no dia 16 de dezembro de 1839 foi instalada a sede do governo em Maceió. A partir daí Maceió consolidou seu desenvolvimento administrativo e político. Teve início uma nova fase no comércio e começou a industrialização. O nome Maceió tem denominação tupi 'Maçayó' ou 'Maçaio-k' que significa 'o que tapa o alagadiço'.1
A origem da devoção em honra de Nossa Senhora dos Prazeres, Padroeira de Maceió, está intimamente ligada à influência portuguesa e ao período colonial. Neste período Alagoas estava incorporada à Capitania de Pernambuco.
Da cidade pernambucana de Jaboatão dos Guararapes, a devoção por Nossa Senhora dos Prazeres se espalhou para outros lugares chegando, no século XVIII, às terras alagoanas mais especificamente à capela consagrada a São Gonçalo do Amarante. A pequena igreja fazia parte do engenho Massayó, situado hoje na Praça da Catedral. Além das duas cidades, Nossa Senhora dos Prazeres é Padroeira da Catedral e da Diocese de Lages, em Santa Catarina, onde sua festa é celebrada a 15 de agosto.
Nossa Senhora dos Prazeres é um dos títulos pelo qual a Igreja Católica venera a Virgem Maria, a Santíssima Mãe de Deus. Ela também conhecida como Nossa Senhora das Sete Alegrias, título popularizado pelos franciscanos.2
A devoção a Nossa Senhora dos Prazeres está ligada as alegrias ou prazeres da Virgem Maria. Assim como os cristãos celebram com Fé e Devoção as suas sete dores: 1. A profecia de Simeão sobre Jesus. (Lc 2, 34-35), 2. A perseguição de Herodes e a fuga da Sagrada Família para o Egito. (Mt 2, 13-21), 3. A perda do Menino Jesus no Templo de Jerusalém durante três dias. (Lc 2, 41-51), 4. O encontro admirável de Maria com Seu Filho Jesus carregando a Cruz, no caminho para o Calvário. (Lc 2, 41-51), 5. Maria observando o sofrimento e a morte de Jesus na cruz. (Jo 19, 25-27), 6. Maria recebe em seus braços o corpo do seu filho morto tirado da cruz. (Mt 27, 55-61), 7. Maria observa quando depositaram o corpo de Jesus no sepulcro, ficando Ela em triste solidão. (Lc 23, 55-56) passaram também a celebrar as suas sete alegrias (prazeres). Relatos afirmam que a própria Virgem Maria teria enumerado a um noviço Franciscano que costumava presentear diariamente a Mãe do Céu com coroas de flores naturais as suas sete alegrias: 1. Anunciação, 2. Saudação a Isabel, 3. Nascimento de Jesus, 4. Visitação dos Reis Magos, 5. Encontro com Jesus no Templo aos 12 anos, 6. Aparição de Jesus Ressuscitado e 7. Coroação de Maria no céu.
Quanto à origem do culto “surgiu em Portugal por volta de 1590, logo que uma imagem da Virgem apareceu em cima de uma fonte de água na cidade de Alcântara. Logo após o aparecimento da imagem, curas milagrosas aconteceram na vida de pessoas que iam beber água na fonte, fazendo com que vários peregrinos a buscassem. Por causa de grande movimento, os donos das terras onde ficava a fonte decidiram levar a imagem da para dentro de sua casa. No entanto, ela desapareceu da casa e foi encontrada novamente em outra fonte por uma menina. Ela disse que viu a imagem, se aproximou e, então, a própria Virgem Maria se manifestou e pediu que a menina levasse um recado para o povo dizendo: “Nossa Senhora pede para que seja construída uma igreja no local da fonte e que lá ela seja invocada como Nossa Senhora dos Prazeres”. Visto que a convicção da menina ao relatar o fato foi tão grande que o povo acreditou e construiu a igreja. Pouco tempo depois, surpreendentemente, o local se transformou num destino de peregrinações onde muitas curas foram alcançadas”. 3
Após as grandes festas celebradas para comemorar o triunfo dos brasileiros, que culminou com a rendição dos batavos, obrigados a abandonarem o país e entregarem a Cidade Maurícia, o general Francisco Barreto de Menezes, comandante geral das tropas vitoriosas, enviado por Dom João IV, mandou erguer à sua custa, em consequência de uma promessa feita no campo de batalha, uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres. Entregando-a aos cuidados dos Monges beneditinos, eles em 1782 a transformaram no magnífico templo, cujas torres barrocas, realçando entre os coqueirais, coroam as colinas históricas... a insurreição Pernambucana contra o domínio holandês foi considerada na época não somente uma guerra patriótica, mas também uma luta religiosa, pois os batavos eram protestantes; por esse motivo os combates eram precedidos de novena e procissões. Os soldados, antes de seguirem para o campo de batalha, confessavam e comungavam. A coragem inaudita e a bravura dos brasileiros de todas as raças, muito bem representadas por André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Filipe Camarão, acompanhada certamente pela proteção divina, foi a primeira afirmação de nossa nacionalidade e ali, como disse muito bem Gilberto Freire, “escreveu-se a sangue o endereço do Brasil”.4
Vinícius Aparecido de Lima Oliveira
Associado da Academia Marial de Aparecida
Bibliografia:
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