Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos Atualizada em 26 MAR 2019 - 13H29

O ‘A M É M’ do Pai Nosso – (Série Pai Nosso)

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Nesta série já vimos que o Pai Nosso é a síntese do Evangelho. Expressa o núcleo da pregação de Jesus sobre o Reino de Deus. Mais que uma fórmula ou “receita” de oração, é convite a uma relação filial carinhosa, confiante e fiel a Deus. Deve brotar da experiência de ternura reservada ao pai mais querido: o “que está no céu”; o abbá (o paizinho). O Pai Nosso se desdobra num colóquio expressivo que individual e/ou comunitariamente ousa aproximar-nos do que Deus é no íntimo. É santo! Sua santidade infinita cobre o mundo, dá sentido à vida, livra-nos do mal e do pecado. Então, ser santificado por seu nome (pessoa) é comunhão de vida com Ele. Isso nos põe a serviço de sua absoluta soberania em palavras e obras. (Venha a nós o Reino). A messe, a seara do seu Reino abrange o tempo, o mundo, a história, até que no fim a volta de Cristo (o Ungido) restaure tudo para sua glória. Nossa tarefa na vida é concretizar projetos, valores, convivência humana etc. conforme a vontade amorosa e misericordiosa do Pai (seja feita a vossa vontade!). Nessas três petições iniciais já está implícita nossa adesão, o “amém”, o “assim seja!”.

Explicitamos ainda nos artigos anteriores sobre as petições, que as três primeiras são teologais, isto é, nos mergulham no mistério divino. E as quatro subsequentes apresentam nossas expectativas e cuidados que reclamam a Graça do Senhor. Filialmente expomos ao Pai querido as preocupações com a “sustentabilidade” material e espiritual (o pão de cada dia); o equilíbrio psicológico e emocional (perdão mútuo); a defesa contra os impulsos do pecado (tentações); a libertação dos ídolos ou deuses falsos que nos seduzem constantemente com as ilusões do ter, do poder e do prazer e vão semeando em nossa jornada um rastro de maldades (livrai-nos do mal).

Dizer AMÉM fechando a invocação inicial (Pai que está no céu) e as sete petições não é questão de mero desejo, fórmula ritual ou concordância sem maior compromisso com o que se reza. Amém é assinatura oral e mental de engajamento eficaz e de responsabilidade no programa de vida de Jesus. Ele nos fala de um Deus fiel às promessas da Aliança. A aliança rompida por nosso pecado foi refeita e plenificada na morte e ressurreição do Filho amado. (1 Cor. 1,20). O crucificado, solidário com todos os redimidos, refaz nosso AMÉM nosso ao projeto do Pai. O Apocalipse (livro da Revelação divina) termina assim: Jesus declara-se o Amém, a testemunha fiel e verdadeira dessa revelação. Por isso, a Igreja simbolizada na “mulher vestida de sol” (Ap.12,1) suspira: “Vem, Senhor Jesus. Amém!”.

 

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