Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Artigos

Seja feita a vossa vontade… (Série Pai Nosso)

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Santificar o nome é deixar-se invadir por Deus numa relação filial carinhosa. Desejar o seu reinado é colocar-se em sintonia e a serviço dele. O terceiro pedido do Pai Nosso explicita o modo como os dois anteriores se realizarão configurando nossa adesão ao projeto salvador de Deus. Pedimos que sua vontade de nos amar e salvar se cumpra em todos, pois o Abba (papai) guarda os filhos na verdadeira vida e liberdade. Muitas vezes não sabemos ou não queremos pensar, desejar e escolher o que é bom, justo e realiza o querer de Deus. Então, é preciso discernir as situações e opções para entregar-se confiante em suas mãos. (Rm. 12,2). No jardim do Getsemani, em suprema angústia, Jesus rezava: “Abbá! Tudo vos é possível; afastai de mim este cálice. Mas, não aconteça como eu quero, e sim como Vós quereis”. (Mc.14,36). Na humanidade do Cristo compassivo, justo e fraterno, Deus se fez solidário em extremo com o nosso sofrer. Ele não se compraz com o sofrimento algum! Mas não pode anular em nós o dom da liberdade, pois destruiria sua fonte: o ato criador. Se usamos mal o dom da liberdade são inevitáveis os abusos, as desgraças, as injustiças contra os outros, os prejuízos contra nós mesmos. A vontade divina não é decisão arbitrária, mas apelo à máxima confiança no Abbá (paizinho) que em sua providência e sabedoria está atento às coisas mais insignificantes: os cabelos de nossa cabeça (Mt.10,30). Não cabe, portanto, no horizonte do Pai Nosso o conceito de fatalidade ou destino inevitável atribuído a Deus.

Fazer a vontade de Deus significa não conformar-se com as “vontades” do mundo. Isto não é ficar alheio aos problemas do tempo, fazer de conta que eles não nos afetam ou fugir da realidade. É saber acautelar-se para não cair nas redes de interesses e nas armadilhas das estruturas de pecado que manipulam o gosto e as opções das pessoas. É cultivar a virtude do senso crítico contra a fascinação que o mundo exerce com requintada esperteza, insistência e imagens sedutoras: a moda, propaganda, novidades, diversões, prazeres do consumo, recursos técnicos, sonhos de sucesso, modelos de comportamento autossuficientes etc. Tudo isso pode encobrir com o véu do esquecimento ou da indiferença a consciência do futuro onde Deus será o juiz. Perder de vista o horizonte final é falsear o discernimento sobre a vontade de Deus: o que lhe agrada, o que é bom ou não. Os sinais da sua misericórdia permeiam os fatos e os projetos humanos e ajudam a renovar nosso modo de pensar as realidades. A não nos fechar em nós mesmos, a fazer-nos conscientes de nossas supostas grandezas e a reconhecer nossas limitações. Abre-nos para o progresso, fazendo de nosso ser na carne um culto espiritual, agradável ao Senhor da vida e da história.

 

Santificar o nome é deixar-se invadir por Deus numa relação filial carinhosa

Santificar o nome é deixar-se invadir por Deus numa relação filial carinhosa. Desejar o seu reinado é colocar-se em sintonia e a serviço dele. O terceiro pedido do Pai Nosso explicita o modo como os dois anteriores se realizarão configurando nossa adesão ao projeto salvador de Deus. Pedimos que sua vontade de nos amar e salvar se cumpra em todos, pois o Abba (papai) guarda os filhos na verdadeira vida e liberdade. Muitas vezes não sabemos ou não queremos pensar, desejar e escolher o que é bom, justo e realiza o querer de Deus. Então, é preciso discernir as situações e opções para entregar-se confiante em suas mãos. (Rm. 12,2). No jardim do Getsemani, em suprema angústia, Jesus rezava: “Abbá! Tudo vos é possível; afastai de mim este cálice. Mas, não aconteça como eu quero, e sim como Vós quereis”. (Mc.14,36). Na humanidade do Cristo compassivo, justo e fraterno, Deus se fez solidário em extremo com o nosso sofrer. Ele não se compraz com o sofrimento algum! Mas não pode anular em nós o dom da liberdade, pois destruiria sua fonte: o ato criador. Se usamos mal o dom da liberdade são inevitáveis os abusos, as desgraças, as injustiças contra os outros, os prejuízos contra nós mesmos. A vontade divina não é decisão arbitrária, mas apelo à máxima confiança no Abbá (paizinho) que em sua providência e sabedoria está atento às coisas mais insignificantes: os cabelos de nossa cabeça (Mt.10,30). Não cabe, portanto, no horizonte do Pai Nosso o conceito de fatalidade ou destino inevitável atribuído a Deus.

Fazer a vontade de Deus significa não conformar-se com as “vontades” do mundo. Isto não é ficar alheio aos problemas do tempo, fazer de conta que eles não nos afetam ou fugir da realidade. É saber acautelar-se para não cair nas redes de interesses e nas armadilhas das estruturas de pecado que manipulam o gosto e as opções das pessoas. É cultivar a virtude do senso crítico contra a fascinação que o mundo exerce com requintada esperteza, insistência e imagens sedutoras: a moda, propaganda, novidades, diversões, prazeres do consumo, recursos técnicos, sonhos de sucesso, modelos de comportamento autossuficientes etc. Tudo isso pode encobrir com o véu do esquecimento ou da indiferença a consciência do futuro onde Deus será o juiz. Perder de vista o horizonte final é falsear o discernimento sobre a vontade de Deus: o que lhe agrada, o que é bom ou não. Os sinais da sua misericórdia permeiam os fatos e os projetos humanos e ajudam a renovar nosso modo de pensar as realidades. A não nos fechar em nós mesmos, a fazer-nos conscientes de nossas supostas grandezas e a reconhecer nossas limitações. Abre-nos para o progresso, fazendo de nosso ser na carne um culto espiritual, agradável ao Senhor da vida e da história.

 

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