Por Pe. Valdivino Guimarães, C.Ss.R. Em Artigos

Um Santo apaixonado por Maria

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“As gerações vindouras tecerão corôa

Sobre o nome do santo e do poeta

Enquanto um hino triunfal ressôa,

Levando ao mundo este só nome: Anchieta!”

 Se não fosse a reta intenção de aguardar o momento certo, confesso que teríamos que nos penitenciar pelo fato de não termos feito alusão ao nosso querido santo mariólogo por ocasião do primeiro ano de sua canonização, a saber, São José de Anchieta. Podemos dizer que a Igreja se tornou mais bonita por mais um santo à honra dos altares. E como não poderia ser? Como não bendizer um grande homem que com tenra idade recebe em seu coração o selo da vocação e se lança na “escuridão” de uma caminhada que o levaria para bem longe de sua terra e dos seus? Não temos outra resposta senão a paixão enlouquecida pelos pequenos e pelo Reino de Deus.

Assim escreveu o SS Padre em sua homilia na celebração eucarística em ação de graças pela canonização de S. José de Anchieta:

“Também São José de Anchieta soube comunicar o que ele mesmo experimentara com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido dele; o que o Senhor lhe comunicava nos seus exercícios. Ele, juntamente com Nóbrega, é o primeiro jesuíta que Inácio envia para a América. Um jovem de 19 anos… Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação: lançou os fundamentos culturais de uma Nação em Jesus Cristo. Não estudou teologia, também não estudou filosofia, era um jovem! No entanto, sentiu sobre si mesmo o olhar de Jesus Cristo e deixou-se encher de alegria, escolhendo a luz. Esta foi e é a sua santidade. Ele não teve medo da alegria.”

José de Anchieta nasceu em S. Cristovam da Laguna, na Ilha de Tenerife, no ano de 1534. Desde cedo, com o empenho do pai, inicia os estudos na universidade de Coimbra. Aos 17 anos ingressa na Companhia de Jesus. E já muito menino, se consagra à Virgem Mãe de Deus, a quem ele dedica muito de sua vida missionária propagando seu nome por meio de sua catequese e poesias.

Aos 20 anos de idade, recebe ordem para embarcar para uma terra que estava sendo desbravada: a Terra de Santa Cruz, mais tarde Brasil, onde sua missão espalhou raízes e para muitos descortinou as maravilhas do catolicismo. No ano de 1953 desembarcou em terras tupiniquins, mais precisamente na Bahia e seguiu para S. Vicente. Foi um dos fundadores do Colégio Piratininga em torno do qual surgiria tão logo a cidade de S. Paulo. Foi ousado, começando a se dedicar a educação das crianças e na catequese dos indígenas.

Em vista de seu trabalho missionário, muitas vezes sua vida foi colocada em risco, não fosse a proteção divina, as consequências seriam fatais. Recorria sempre à proteção maternal de Maria. Era o missionário da Virgem Maria e a Virgem Maria era dele também. Era o místico do ordinário, das plantas, dos animais, dos índios, das praias. É famoso seu poema na areia dedicado a Nossa Senhora, era uma forma de buscar a proteção maternal da Mãe de Deus. Por seu grandioso amor pela Virgem, ficou conhecido como o primeiro mariólogo do Brasil, talvez não no sentido acadêmico, mas no do amor e subserviência.

Foi ordenado sacerdote no ano de 1565. Prestou relevante serviço em prol da fundação da cidade do Rio de Janeiro. Foi superior e provincial e contava sempre com a admiração de portugueses e índios, ao ponto de ser chamado de apóstolo santo. Já tomado pelo cansaço de sua árdua e exigente missão, passou um tempo no Rio de Janeiro, mais tarde retirou-se para a Capitania do Espírito Santo onde veio a falecer no ano de 1597.

S. José de Anchieta, rogai pelo nosso Brasil!

 

Pe. Valdivino Guimarães, CSsR

Diretor da Academia Marial de Aparecida

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