Por Academia Marial Em Catequese Atualizada em 02 OUT 2017 - 11H05

Maria: primícias da Páscoa

Maria: primícias da PáscoaQualquer forma de culto na Igreja católica se enraíza na Palavra de Deus. As celebrações da piedade popular: terços, novenas, ladainhas, procissões, festas religiosas como a de São Benedito, supõe uma catequese bíblica, pois o objetivo não é dar lucros aos participantes. Aliás, toda festa é inútil se não intensificar na comunidade o amor fraterno, a justiça e os valores do evangelho. Não é verdadeiro qualquer tipo de devoção, nem proveitosa qualquer festa desligados ou esvaziados de instrução bíblica. Só se constrói a comunidade pascalse aí for semeada a alegria do Senhor ressuscitado. Em especial o culto a Virgem Maria deve ser “permeado pelos grandes temas da mensagem cristã” (Papa Paulo VI na Marialis cultus, nº30). Ora, qual é a mensagem fundamental da Bíblia? Qual é o anúncio central dos Evangelhos e de todo o Novo Testamento? É o da ressurreição de Jesus. É a fé no mistério pascal: a vida triunfante e plenamente libertada que Cristo garantiu para nós na sua “páscoa”. No seu “êxodo” Ele saiu do Pai, veio a nós e ao voltar levou consigo a nossa humanidade. Esse anúncio pascal vivido e partilhado uniu apóstolos e primeiros discípulos e deu origem à Igreja. Maria cercada de carinho, admiração, fez parte do grupo originário como primeiro fruto da Páscoa. 

A reflexão da fé e do discipulado foi de início cristológica, isto é, centralizada no encontro com Jesus, assimilação do ensino e seguimento dele. Os apóstolos e primeiros cristãos foram repensando a pregação de Jesus, as parábolas, a sua postura face às instituições religiosas, como a lei mosaica e o Templo. Reinterpretaram o messianismo da Antiga Aliança a partir do fato inaudito da ressurreição. Deu-se o encontro com o “Jesus da fé”, o Senhor da vida pascal: vida liberta da morte e do pecado. Ora, o sangue e o amor uniram Maria e Jesus de tal maneira que não é possível aquecer o coração no encontro com a pessoa do Filho e esquecer-se da Mãe e não aprofundar-se no desejo de amá-la. A íntima ligação da Mãe com o Filho criara uma condição humana e sobrenatural inimaginável entre as duas pessoas. Poucos fatos bíblicos envolvem Nossa Senhora com Jesus, mas sinalizam suficientemente que as primeiras gerações cristãs descobriram em Maria a primeira testemunha da ressurreição: ‘ressuscitada’ por Jesus e modelo perfeito no seu seguimento. Por aí surgiu a veneração, o culto mariano paralelamente à reflexão teológica sobre o papel da Virgem no mistério de Cristo e sua Igreja. Parece intrigante que nada se diga no evangelho sobre uma ida de Maria ao túmulo, acompanhando as outras mulheres presentes no Calvário. As aparições são catequese para levar a fé no ressuscitado. Maria não precisou disso porque o grau de máxima união com o Filho mudou a dor da cruz em alegria imediatamente à ressurreição dele. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia!                                                                                                                   

Pe. Antonio Clayton Sant’Anna – CSsR    

Jornal Santuário – Edição: 27-04-2014

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