Por Academia Marial Em Catequese

Tema do 1º dia da Novena de Nossa Senhora Aparecida – 2012

 “Maria: alegria de ser escolhida de Deus!”

Tema do 1º dia da Novena de Nossa Senhora Aparecida – 2012Emmº e Remº Sr. Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, prezados senhores padres, ministros e todos vocês amados irmãos e irmãs no batismo,  o qual nos faz Igreja, reunida no amor de Cristo que brota da fé. Manifesto minha gratidão pelo convite e alegria de poder estar aqui presidindo esta celebração, no primeiro dia da novena de nossa Padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Saúdo a todos os que estão aqui na Basílica Nacional, e também a vocês que nos acompanham pela rádio e TV Aparecida, e demais veículos de comunicação.

“Alegra-te cheia de graça (favorecida), o Senhor está contigo” (Lc. 1,28). Esta é a saudação que o Anjo faz a Maria. É um convite à alegria, porque Deus a escolheu entre todas as mulheres. Que mistério profundo do amor de Deus que escolhe Maria, a humilde, simples e desconhecida moça de Nazaré. Deus a escolhe e convida-a para se alegrar!

O convite para a alegria estava presente na caminhada do Povo de Deus da Antiga Aliança. Ao lermos o Antigo Testamento, em especial os Salmos, está lá o convite a se alegrar. A causa da alegria está em Deus, na sua bondade e no seu perdão, principalmente nas suas promessas.

Com a ajuda de Maria, Deus começa a cumprir suas promessas. Ele a convida para ser a mãe de seu Filho, concebido por obra e graça do Espírito Santo. Maria tendo sido escolhida diz seu Sim, e desta forma abriu as portas para que Deus pudesse cumprir suas promessas. Por isso nós invocamos Maria na Ladainha Lauretana, como “Causa de nossa Alegria”. Maria foi a agraciada, a favorecida e por isso ela canta, quem está alegre canta. Maria louva a Deus, relembrando sua misericórdia de geração em geração, bendizendo a Deus que cumpre suas promessas enviando o salvador: o messias prometido: Jesus!

Maria é convidada a se alegrar porque foi escolhida para ser mãe do Filho de Deus, mas também porque foi a primeira a saber de sua vinda ao mundo, e a primeira a crer nele. Mais ainda, foi a primeira a colaborar com Jesus, dispondo-se a ser sua mãe. Que maravilha! Por isso Maria é a primeira na Igreja, porque é a primeira discípula e missionária. Ela não é o centro de nossa fé, o centro da nossa fé é Jesus o Filho de Deus, morto e ressuscitado, mas Maria faz parte deste centro de forma toda especial. Isto porque ninguém neste mundo esteve unido a Cristo como Maria sua Mãe. Deus quis assim, foi este o desejo de Deus. Por isso todas as gerações a chamarão de bendita (Lc 1,48). E Isabel sua prima, exultando de alegria no Espírito Santo, inaugura a fila dos devotos de Maria, louvando-a quando exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc. 1, 42).

Mas a alegria maior de Maria não foi tanto o ter sido escolhida, foi a alegria de saber que em Jesus seu filho a salvação chegou. Jesus é a causa da alegria de toda a humanidade. A alegria na Bíblia tem o nome sublime de paz. É a paz que os anjos anunciam em Belém, no nascimento de Jesus, é a paz que Jesus mesmo anuncia, após sua ressurreição, porque ele é a nossa alegria “Ele é nossa paz” (Ef 2,14).

Jesus foi sempre a causa da alegria de Maria. E esta alegria é possível mesmo em meio ao sofrimento. Isto porque a alegria do que crê em Cristo brota da esperança. Mesmo sofrendo com Jesus, Maria não perdeu a alegria, porque em seu coração estava a fé e a esperança. Esperança de que Deus em Jesus venceria a morte. É sim, é possível estar alegre mesmo no meio das provações da vida como nos exorta o apóstolo S. Paulo: “Alegrai-vos com a esperança, sede pacientes no sofrimento, persistentes na oração” (Rm 12,12). Tudo isto é possível porque a alegria é a satisfação da alma em Deus e não só satisfação do corpo.

Hoje em dia as pessoas procuram a alegria que brota do bem estar material, do prazer e da satisfação imediata. Isto não é ruim, mas é ruim quando se esquecem de buscar a alegria que não passa jamais, e que brota da fé vivida no amor. A alegria buscada somente como fruto de satisfação material, acaba, gera frustração, pois nunca se contenta. Tudo acaba quando acaba o prazer. É mera satisfação material. Mas a alegria que brota da fé e da esperança ela é para sempre, porque vive no amor e do amor, o qual jamais passará. Temos que procurar as  alegrias que não passam, aquelas que duram por toda a eternidade.

Jesus trouxe esta alegria a terra, trouxe a salvação. Desta alegria ninguém é excluído. Na sua humanidade Jesus teve a experiência das nossas alegrias, ele aprendeu, conheceu  e celebrou as alegrias humanas, como sinal da alegria que não passa, lá no céu; alegria que devemos buscar aqui, vivendo o Evangelho. Jesus proclamou a alegria nas bem-aventuranças! (cf. Mt 5,1-10), ele disse que a alegria é a recompensa dos eleitos (cf. Mt, 25,21-23) e nós temos nos Atos dos Apóstolos o testemunho da alegria na qual viviam os primeiros cristãos (cf. At 2,46).

Por isso meus irmãos e irmãs, não sejamos cristãos tristes e desanimados, mesmo se tivermos contrariedades na vida. Na companhia de Maria alegremo-nos porque temos em Jesus a fonte de nossa alegria. No dia de Pentecostes, Maria estava com os apóstolos rezando e de junto ao Pai, Jesus envia o Espírito Santo. É o Espírito Santo que ilumina a Igreja como princípio inexaurível da alegria que anima os cristãos. Por isso somos convidados a nos alegrar sempre no Senhor (Cf. Fl 4,4).

Nosso olhar positivo de esperança sobre o drama deste mundo encontra um lugar privilegiado de fortalecimento na celebração eucarística, celebração do mistério pascal; morte e ressurreição de Jesus. É da participação na Eucaristia, na santa missa, que nós conseguimos a alegria cristã para dar testemunho da salvação neste mundo. Jesus presente na Palavra de Deus se faz Pão para nos fortalecer. Ao comungarmos, Ele vive em nós assim como ao se encarnar viveu em Maria. Desta maneira, assim como fez sua mãe, poderemos entregá-lo e anunciá-lo ao mundo. Fomos escolhidos para isso, esta é nossa missão. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Dom Pedro Carlos Cipolini

Bispo Diocesano de Amparo – SP

03/10/2012

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