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Irmã Mary Melone: primeira mulher como reitora de pontifícia universidade de Roma

No último dia 03 de julho, pela primeira vez na história do Vaticano, foi nomeada uma mulher à frente de uma universidade pontifícia em Roma, sinal dos novos ventos de mudança.

 

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Trata-se de uma irmã franciscana, Irmã Mary (Maria Domenica) Melone, que foi nomeada pela Congregação para a Educação Católica, com o aval do Papa, “reitor magnífico” da Pontifícia Universidade Antonianum.Nascida em La Spezia, perto de Gênova, nordeste da Itália, em 1964, a Irmã Melone já havia se destacado ao tornar-se anos atrás a primeira professora mulher na Faculdade de Teologia da mesma Universidade Antonianum – fundada em honra a Santo Antonio de Pádua em 1887 –, e, depois, sua primeira decana.

Agora primeira reitora mulher de uma universidade pontifícia, Irmã Melone é licenciada em pedagogia, tem um doutorado em teologia dogmática e é autora de diversos artigos e ensaios.Entrevistada em 2011 pelo L’Osservatore Romano por ocasião da sua eleição como decana de Teologia, a Irmã Melone disse que“seguramente o espaço para as mulheres deve ser mais garantido”, mas que não gostava de falar de “teologia no feminino”.

“Falar de teologia no feminino não corresponde à minha visão: existe só a teologia. A teologia como busca, como olhar dirigido para o mistério, como reflexão sobre o mistério. Mas justamente como tal deve fazer-se com diferentes sensibilidades, isto sim. A forma de aproximar-se do mistério, a forma com que uma mulher reflete sobre este mistério que se dá, que se revela, é seguramente diferente da de um homem. Mas não por contraposição. Eu creio na teologia e creio que a teologia feita por uma mulher é própria de uma mulher. Diferente, mas sem reivindicações”
, disse.Quanto ao papel das mulheres na Igreja, “claramente, o olhar não pode ser medido segundo os tempos da Igreja, que são tempos que refletem um amadurecimento do pensamento durante centenas de anos”, acrescentou.

“Mas existe um novo espaço e é real. E também creio que é irreversível, no sentido de que não é uma concessão, mas um sinal dos tempos, e não há marcha atrás. Creio que isto depende muito de nós, mulheres. Somos nós que devemos começar. A mulher não pode medir o espaço que tem na Igreja em relação ao espaço do homem: temos o nosso espaço, que não é nem menor nem maior que o dos homens. É nosso espaço. Enquanto continuarmos a pensar que devemos obter o que os homens têm, não funcionará”, advertiu.

E continuou: “Claro, embora os passos que temos dado sejam reais, não significa que tenhamos feito tudo. Ainda se pode fazer muito, mas a mudança existe e pode ser vista. E penso que – independentemente da minha pessoa – a eleição de uma mulher em uma universidade pontifícia também é um sinal disso. A comissão que me elegeu era masculina”.

A Irmã Melone acrescentou que não são necessárias “cotas, mas colaboração”. “E é desejável que a colaboração aumente”, afirmou.

Na entrevista que concedeu há alguns dias ao jornal romano Il Messaggero, Francisco disse que “as mulheres são a coisa mais linda que Deus fez” e que “a Igreja é mulher”, é uma palavra feminina. E, como em outras oportunidades, assegurou que é necessário trabalhar mais sobre a teologia da mulher, coisa que se estava fazendo.

A reportagem é de Elisabetta Piqué e publicada no jornal argentino La Nación, 05-07-2014. A tradução é de André Langer.

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