Armando Alexandre dos Santos (*)
O IHGB, que atualmente é presidido pelo Prof. Arno Wehling e tem como vice-presidente o Dr. Victorino Coutinho Chermont de Miranda, dispensa, obviamente, qualquer apresentação. Basta lembrar que sua revista, que começou a ser publicada em 1838, ainda no período da Regência, é hoje a revista cultural mais antiga, com publicação ininterrupta, de todo o Ocidente. Nem na Europa, nem nos Estados Unidos existe alguma publicação cultural que se tenha mantido tão prolongadamente em circulação. Na classificação acadêmica Qualis, tem nível A-1, graças à excelente gestão de sua diretora, Profa. Lucia Maria Paschoal Guimarães.Tive a alegria de participar, no último dia 18 de março, do “Simpósio São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil e artífice da nacionalidade”, promovido conjuntamente pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e pela Academia Fides et Ratio, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Já a Academia Fides et Ratio (em português, Fé e Razão, nome de uma das encíclicas do Papa João Paulo II) é bem mais recente. Foi fundada em 2011 pelo Arcebispo (e atual Cardeal) D. Orani Tempesta. É presidida pelo Pe. Aníbal Gil Lopes, sacerdote ativo no clero arquidiocesano e também professor titular de Medicina, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo muito respeitado como cientista no meio acadêmico.
As sessões foram realizadas no Edifício João Paulo II, onde funciona a administração da Cúria. A primeira sessão foi aberta pelo Cardeal e as comunicações se sucederam ao longo do dia, em mesas-redondas bastante concorridas e animadas. Os textos das comunicações apresentadas, e também as colaborações de alguns intelectuais que não puderam comparecer, mas enviaram seus textos por escrito, serão reunidos em uma obra coletiva, a ser publicada em edição conjunta, pelo IHGB e pela AFR.
Inicialmente, logo depois da abertura, pelo Cardeal, falaram o Pe. Aníbal Lopes e o Dr. Victorino Chermont de Miranda, representando respectivamente a AFR e o IHGB, expondo os motivos e os objetivos do simpósio. Seguiu-se a primeira mesa-redonda, intitulada “Contribuição civilizatória de São José de Anchieta” e constante de comunicações de José Arthur Rios (Anchieta, o Apóstolo santo); Emb. Luiz Felipe de Seixas Corrêa (Anchieta: presságio e paradigma da comunidade iberoamericana); Mário Fernandes Correia Branco (As cartas dos primeiros jesuítas e as estratégias de conversão dos gentios); e Pedro Afonso Karp Vasquez (Anchieta cronista).
Depois do almoço, realizou-se a segunda mesa-redonda, sob o título “São José de Anchieta: as ciências, letras e artes a serviço do Evangelho”. As comunicações foram de Armando Alexandre dos Santos (Eduardo Prado e a comemoração do terceiro centenário anchietano em São Paulo); Maria Ascenção Ferreira Apolonia (Nos versos e diálogos de Anchieta, a arquitetura de uma Nação); e Gabriel Augusto de Mello Bittencourt (Recriando as trilhas de Anchieta no Espírito Santo). Fechando o período da tarde, falou, como conferencista especialmente convidado, o Prof. Miguel Correa Monteiro, da Universidade de Lisboa, sobre “O Padre Anchieta e a ação evangelizadora da Companhia de Jesus no Brasil”.
Não puderam estar presentes, mas terão seus textos incluídos no livro: Ives Gandra da Silva Martins (Anchieta e Nóbrega na fundação de São Paulo – O projeto português para o Brasil); Damásio E. de Jesus (A fundação e os primeiros tempos de São Paulo, numa carta de São José de Anchieta a Santo Inácio de Loyola); Ricardo Luiz Silveira da Costa (As raízes medievais do Auto de São Lourenço); Gilberto Callado de Oliveira (Jusnaturalismo e tribalismo no marco evangelizador de São José de Anchieta); Jorge Pimentel Cintra (Anchieta, sua catequese e o problema dos valores culturais); Alberto Luiz Schneider (Charles Boxer e a historiografia sobre Igreja Ibérica na Era Moderna: Anchieta e a conversão dos gentios); Pe. José Carlos Brandi Aleixo, SJ (Considerações sobre o papel de Anchieta na construção da nação brasileira); Cleonice Berardinelli (A obra literária de São José de Anchieta); e Eduardo de Almeida Navarro (A tradução anchietana do catecismo católico para o tupi e suas adaptações à realidade cultural dos índios brasileiros).
Quando a obra vier a lume, será disso informado o público que acompanha o site da Academia Marial de Aparecida. São José de Anchieta, aliás, é o patrono da Academia.
Que ele proteja este Brasil pelo qual tanto trabalhou e se sacrificou… e que anda tão necessitado de ajuda do Céu!
(*) Armando Alexandre dos Santos é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Marial de Aparecida.
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