Com a celebração da quarta-feira de Cinzas, a Igreja inicia o tempo sacrossanto da Quaresma e conclama os fiéis a percorrerem um caminho quaresmal. São 40 dias de preparação e conversão que nos levam a vivermos com muita intensidade os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Cristo, nossa Páscoa, é o início, o centro e o fim da nossa peregrinação terrena. Caminhamos, dia após dia, ao seu encontro. É Ele a luz bendita que clareia, norteia e nos conduz à eternidade junto de Deus, nosso Pai.
A palavra “quaresma” vem do latim “quadragésima”, isto é, “quarenta”, e é usada frequentemente, para indicar longos períodos de 40 dias ou quarenta anos, que anteciparam ou marcaram fatos de alta relevância na história da salvação. Assim foi o dilúvio (cf. Gênesis 6:9 — 8:22), os 40 anos de peregrinação do povo de Israel no deserto (cf. Nm 14: 29-33), os quarenta dias em que Moisés esteve na presença de Deus no Monte Sinal (cf. Êxodo 24:18). Sem nos esquecermos os 40 dias em que Jesus esteve no deserto antes do início do seu ministério (cf. Marcos 1,12-13). Dessa maneira, nós os cristãos, vamos acompanhar os passos do Santíssimo Redentor, preparando com devoção e piedade a santa Páscoa.
A Quaresma será então para nós um tempo favorável, único e privilegiado. É um tempo de Preparação Penitencial rumo à Páscoa do Bom Jesus, e tem dois distintos momentos: o primeiro vai da quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Ramos, e o segundo, de modo mais próximo, vai do Domingo de Ramos até à tarde da Quinta-feira Santa. Aí começaremos a celebrar o Tríduo Santo da Páscoa.
A Quaresma é para nós, Igreja peregrina, um tempo forte, de verdadeira conversão e mudança radical das nossas atitudes. É um chamado a sairmos do pecado, que nos impede de contemplar a vitória de Cristo sobre morte. A palavra-chave para vivermos intensamente esse tempo é: “metanoia”, quer dizer, conversão. A piedade cristã registra e nos apresenta os grandes exercícios quaresmais: as obras de caridade e de misericórdia para com o nosso próximo, pois o outro é Cristo. O tripé bíblico: o jejum, a esmola e a oração, vivido e muito recomendado pela Igreja, traz para nós as armas do combate espiritual. A cruz de Nosso Senhor nos norteará para esse combate.
Ao iniciarmos nossa jornada e preparação rumo à Festa da Páscoa, maior e mais esplendoroso acontecimento já presenciado e vivido pela humanidade, a Igreja nos apresenta a Palavra de Deus. Pois é através da escuta atenta e meditativa da Palavra de Deus que os nossos passos são iluminados e nossa vida transformada e modelada. A palavra nos chama à conversão e nos reanima a acolhermos com confiança e esperança a misericórdia de Deus.
O tempo da Quaresma muito está relacionado com a vida interior, piedade e mística, na qual estamos chamados a intensificar a oração comunitária e privada. A oração faz com que nós estejamos em comunhão com Deus e nos faz discernir sua vontade. É um grande retiro de recolhimento, silêncio e intimidade com Deus.
As riquezas e as graças que Deus nos reserva nesse tempo favorável são copiosas e generosas. Queiramos recolher os dons de Deus em nossa vida, e assim, nos prepararmos, com zelo e piedade para a Páscoa de Jesus. Não nos esqueçamos de sermos presença de Deus em todos os lugares e anunciar com o nosso testemunho o Cristo Redentor, o perdão e o amor imenso de Jesus Cristo por cada um de nós. O amor de Deus é totalmente gratuito e nos faz olharmos com expectativa a Páscoa eterna, junto dos santos e da Virgem Maria na Jerusalém Celeste.
Que nesta Quaresma possamos fazer a experiência da misericórdia, do perdão dos pecados, tornando-nos misericordiosos e luz para aqueles que vivem à margem do amor de Deus. Peçamos à Virgem Maria, Mãe do caminho ardente, as graças necessárias e o seu bendito patrocínio para que nossa caminhada de conversão e preparação para o encontro com o noivo, o Cordeiro Imolado, Jesus Cristo, seja verdadeira e a vivamos na simplicidade de coração.
Diác. Everton Vieira da Silva
Paróquia Santa Maria dos Pobres
Paranoá – DF
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