Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu, portanto, sem o pecado original.
Vale dizer: ela é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção.
O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já incluíra a festa em 1476. Contudo, no sétimo século esta celebração já existia no Oriente.
Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Esta solenidade se insere no contexto do Advento-Natal, unindo a expectativa messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Neste sentido, este período litúrgico deve ser considerado como tempo particularmente adequado para o culto da Mãe do Senhor.
Nossa Senhora da Conceição
Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1º de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem Imaculada o reino português.
O solar da padroeira é Vila Viçosa, que deu seu nome a uma ordem honorífica instituída por Dom João VI em 1818, com a denominação de Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores Franciscanos foram os propagadores dessa devoção.
O culto começou na Bahia em 1549, quando Tomé de Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa. Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro I.
Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida, que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.
Este título da Imaculada Conceição recorda que Deus, em sua Providência, quis formar de modo extraordinário a arca que conteria seu Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de pecado. Para Deus nada é impossível.
A Imaculada Conceição forma parte do plano salvífico de Deus. Só Deus justifica gratuitamente na fidelidade ao seu projeto da salvação mediante a graça redentora de Cristo: “Todos… são justificados gratuitamente pela sua graça, em virtude da redenção realizada por Cristo Jesus” (Rm 3,24).
A Imaculada Conceição é assim um sinal luminoso da graça do amor de Deus, que se realiza mesmo antes da resposta responsável da criatura. A preservação do pecado e a plenitude da graça não são fruto da fé, ou da liberdade orientada para Deus, nem mesmo das obras de Maria.
A Imaculada Conceição manifesta a absoluta iniciativa de Deus Pai e significa que desde o início de sua existência, Maria foi envolvida pelo amor redentor e santificante de Deus.
Amemos Maria Santíssima em sua Imaculada Conceição, na totalidade de seu amor e entrega nas mãos de Seu Salvador. Ele, que olhou para a humildade de Sua serva, a cumulou de graças imperecíveis.
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