Catequese

Os quatros Dogmas marianos: verdades para viver e professar

Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R. (Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.)

Escrito por Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R. - Editado por Giovana Marques

14 DEZ 2016 - 11H32 (Atualizada em 03 DEZ 2025 - 14H52)

Renáta Sedmáková/Adobe Stock

A formação mariana requer o estudo dos dogmas de Nossa Senhora, tanto em seu conteúdo, como também em seu significado na vida cristã. Isso deve ser claro para todo o fiel católico, pois esses dogmas manifestam a importância que a Igreja dá à Maria, a Mãe de Jesus Cristo

O que é um dogma?

O termo “dogma” provém da língua grega, “dógma”, que significa “opinião” e “decisão”. No Novo Testamento, é empregado no sentido de decisão comum sobre uma questão, tomada pelos apóstolos (cf. At 15,28).

Os Padres da Igreja, antigos escritores eclesiásticos, usavam dogma para designar o conjunto dos ensinamentos e das normas de Jesus e também uma decisão da Igreja.

Aos poucos, a Igreja, com o auxílio dos teólogos e pensadores cristãos, precisou e esclareceu o sentido de dogma:

“Na linguagem atual do Magistério e da Teologia, o ‘dogma’ é uma doutrina na qual a Igreja, quer com um juízo solene, quer mediante o magistério ordinário e universal, propõe de maneira definitiva uma verdade revelada, em uma forma que obriga o povo cristão em sua totalidade, de modo que sua negação é repelida como heresia e estigmatizada com anátema", afirmou Marcelo Semeraro, professor de teologia.

Na Igreja os dogmas são importantes porque ajudam os cristãos a se manterem fiéis na fé genuína do cristianismo.

Os dogmas são como placas que indicam o caminho de nossa fé. Foram criados para ajudar a gente a se manter no rumo do Santuário vivo, que é Jesus” (CNBB. Com Maria, Rumo ao Novo Milênio. p. 81)

Quais são os dogmas marianos?

Referentes à Maria, a Igreja propõe quatro dogmas: Maternidade Divina, Virgindade Perpétua, Imaculada Conceição e Assunção. Constituem verdades que os cristãos aceitam, aprofundam e vivenciam na comunidade de fé.

1. Mãe de Deus

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Aos 22 de junho de 431, o Concílio de Éfeso definiu explicitamente a maternidade divina de Nossa Senhora. Assim o Concílio se expressou:

Que seja excomungado quem não professar que Emanuel é verdadeiramente Deus e, portanto, que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois deu à luz segundo a carne aquele que é o Verbo de Deus”.

A intenção do Concílio de Éfeso era a de afirmar a unidade da pessoa de Cristo. Reconhecer Maria como mãe de Deus (“Theotokos”) significa, na verdade, professar que Cristo, filho da Virgem Santíssima segundo a geração humana, é Filho de Deus.

O povo se alegrou tanto que levou os bispos do Concílio para suas casas e festejaram a proclamação do dogma mariano. A maternidade divina de Nossa Senhora é peça-mestra da teologia marial.

2. Virgindade Perpétua

Montagem Rafael Camargo/ A12 Montagem Rafael Camargo/ A12

Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria, no ano 649. Durante o Concílio, o Papa Martinho I assim afirmou:

Se alguém não confessa de acordo com os Santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptívelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”.

Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes do parto, no parto e depois do parto. Os diversos credos e concílios antigos retomaram e afirmaram esta verdade.

Santo Inácio de Alexandria, São Justino, Santo Irineu, Santo Epifrânio, Santo Efrém, Santo Ambrósio, São Jerônimo e Santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria

3. Imaculada Conceição

Montagem Rafael Camargo/ A12 Montagem Rafael Camargo/ A12

Em 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX definiu o terceiro dogma mariano: Imaculada Conceição de Maria.

Em sua Bula “Ineffabilis Deus, o Pontífice declarou a doutrina que ensina ter sido Nossa Senhora imune de toda mancha de pecado original, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano. 

Duns Scott (1266-1308) foi o teólogo que argumentou, historicamente, em favor do privilégio mariano, baseando-se na redenção preventiva. O dogma da Imaculada Conceição nos ensina que, em Maria, começa o processo de renovação e purificação de todo o povo.

Ela é toda de Deus, protótipo do que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de Deus. Se nela Deus pôde realizar seu projeto, poderá realizá-lo em nós também” (Dom Murilo S. R. Krieger, bispo e escritor mariano).

4. Assunção de Maria

Montagem Maria Alice Campos/A12 Montagem Maria Alice Campos/A12

A Assunção de Maria foi o último dogma a ser proclamado, por obra de Papa Pio XII, a 01 de novembro de 1950.

Na Constituição Apostólica “Munificentíssimus Deus”, o Pontífice afirmou que, depois de terminar o curso terreno de sua vida, ela foi assunta de corpo e alma à glória celeste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática.

Imaculada e assunta aos céus, Maria é a realização perfeita do projeto de Deus sobre a humanidade. “A Assunção manifesta o destino do corpo santificado pela graça, a criação material participando do corpo ressuscitado de Cristo, e a integridade humana, corpo e alma, reinando após a peregrinação da história” (CNBB. Catequese Renovada, nº. 235).

Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e o tornam seguro” (Catecismo da Igreja Católica, no. 90).

Para aprofundar em cada dogma:

add_box Mãe de Deus 

add_box Assunção de Nossa Senhora

add_box A Virgem Maria

add_box Imaculada Conceição de Maria

Acesse também todos os dogmas da Santa Igreja em a12.com/dogmas

Escrito por:
Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R. (Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.)
Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, formado em filosofia e teologia. Atuou como formador, trabalhou no Santuário Nacional, onde foi diretor da Academia Marial.

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