PELOS OLHOS DE MARIA, as janelas de todo o cosmo e de toda a humanidade, perplexos, estupefatos, atordoados com tanta dor, aprendemos a silenciar o mistério, mesmo entre lágrimas, confiantes na vitória e Palavra divina. Quanta intensidade neste mergulho entre os olhares da Mãe dolorosa e do filho desfigurado, quantas mensagens infinitas de amor trocadas, caladas profundamente no silêncio do testemunho da vítima pascal e da única carne com Ele da Nova Eva que caminhava para ser crucificada também com Ele, como dizia São Guilherme, junto ao Novo Adão. Ali se uniam os três "faça-se": o do Gênesis, o de Nazaré e o do Getsêmani, para gerar uma nova criação, numa nova Aliança pela obediência e pelo "sim" de servos do Amor do Pai, uma nova humanidade na ordem da Graça. Também nós, pelos olhos de Maria, devemos contemplar Jesus no silêncio de amor, dizendo o nosso "sim", entregando-nos a Ele, como cooperadores de sua Paixão redentora, para estendermos sua salvação a todos os irmãos.
PELOS PÉS DE MARIA, apressados, sofridos, feridos, ao correr para o filho, ao se esforçar para firmar-se em frente e próximo ao fruto de seu ventre, injustiçado e chagado, enquanto era repelida e afastada pelos cruéis algozes e opositores, entre insultos e humilhações, aprendemos que devemos ser resilientes e manter a direção certa rumo a Jesus, sendo ridicularizados com Ele, nos identificando com o seu sacrifício, caminhando com Ele, nos aproximando sempre mais da sua cruz e do seu rosto, carregando com paciência a nossa cruz , sendo também Cirineus do Senhor nos irmãos, mesmo que o mundo cruel nos queira separar do seu amor redentor.
PELAS MÃOS DE MARIA, que acariciaram o rosto de Jesus, que, por segundos, tocaram a eternidade, entre suor, sangue e lágrimas e relembraram todo o carinho da Mãe amorosa ao seu filho no ventre, ao seu menino no colo, tocando e beijando várias vezes a sua face, protegendo-o das quedas nos primeiros passos e dos perigos da infância e da adolescência, com zelo e aconchego, que o acompanharam no abraço firme e sereno, confirmando-o na sua disposição jovem e adulta a cumprir a vontade do Pai com total obediência, a qual nem ela mesma conhecia completamente, aprendemos a tocar o rosto de Jesus, num encontro pessoal de amor, tocando também o rosto ensanguentado de nossos irmãos, marcados pela dor, sofrimentos, desfigurações do pecado e a não nos esquivarmos deles. Vendo neles os meninos e meninas que devem também ser protegidos das quedas e curados dos ferimentos e machucados, acariciados pela misericórdia divina, os filhos que envolvidos pelos braços da Mãe Igreja, a exemplo da Mãe das Dores, passam da morte para a vida, pelo poder de Deus.
PELO CORAÇÃO TRANSPASSADO DE MARIA, cumprindo a dura profecia de Simeão, ferido pela espada da Palavra que se descortinava em Paixão, açoitado e desnudado pela ingratidão e ódio dos homens, coroado de espinhos pela humilhação e injustiça, dos golpes desferidos contra seu filho querido e amado, ultimados na lança fatal que também transpassara sua alma, aprendemos que também nossos corações missionários devem se associar a esse martírio-discipulado de deixar-se atravessar pela Verdade-Cristo, assumindo o ônus e a kénosis da missão de dar toda a vida pelo Evangelho do Amor-salvação. O grande exemplo: o coração imaculado e também transpassado de Nossa querida Mãe da Graça, a primeira discípula-missionária de seu filho, Jesus.
Ajudai-nos, Maria, nesta Sacra e difícil Via, a seguirmos por vossos olhos, por vossos pés, por vossas mãos e por vosso santíssimo coração transpassado, o Vosso amado e Santíssimo filho, Deus feito homem, Filho Redentor, cooperando nesta sempre urgente obra de salvação de todos os irmãos, na cruz-missão da Igreja! Amém.
A Família de Jesus
Graças ao evangelista São Mateus, sabemos de toda a genealogia de Jesus pelo ramo paterno, sabemos que o avô paterno de Jesus se chamava Jacó (Mt 1,16); com relação ao ramo materno de Jesus, encontramos as informações nos evangelhos apócrifos, que são textos históricos que não foram incorporados aos textos canônicos.
A maternidade espiritual de Maria
A maternidade eclesial de Maria é uma realidade na ordem da Graça, que nos alcança na ordem ontológica, em nossa realidade humana e concreta. Cristo, no ápice da concretização da nossa Redenção, a sua morte de cruz, nos dá Maria como mãe.
A vida de Maria em mosaico
A ideia de mosaico é necessária para a compreensão de uma tentativa de sistematizar de modo linear a vida de Maria, Mãe do Senhor. Isso porque não temos uma única fonte sequer que reúna todos os momentos da vida de Maria, mas diversas fontes fragmentadas.
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