“És o único peregrino em Jerusalém que ignora o que ali se passou nestes dias!”. Com o rosto carregado de tristeza, Cléofas respondia dessa forma a um Homem que havia se aproximado dele e de outro discípulo, que o acompanhava até Emaús, uma antiga cidade que se encontrava nas proximidades da Cidade Santa, Jerusalém.
O Homem lhes havia perguntado sobre o que falavam pelo caminho, e com certa melancolia, Cléofas descreveu a paixão e morte de Cristo Jesus, que tinha acontecido havia três dias. Para concluir o relato, ele ainda comentou que algumas mulheres haviam ido ao sepulcro pela manhã, mas que lá nada encontraram.
Esse Homem que os acompanhava chamou a atenção para a sua falta de fé, a lentidão de seus corações para crer nos profetas e, ao final do dia, partiu o pão e deu-o a eles. Assim que os discípulos reconheceram que aquele Homem era Cristo Jesus, ressuscitado dos mortos diante deles, o Senhor desapareceu de sua vista.
O relato de como o que o coração desses discípulos se inflamou ao longo de sua rota a Emaús, presente no Evangelho de São Lucas, é recordado no 3º Ano Vocacional do Brasil, celebrado a cada 20 anos desde 1983 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB: “Vocação: Graça e Missão – Corações Ardentes, Pés a Caminho (cf. Lc 24, 32-33)”. Recordando o 3º Ano Vocacional durante o mês de agosto, dedicado às vocações, a Revista de Aparecida conversou com religiosos, religiosas, sacerdotes e leigos para descobrir como nasce esse chamado, como o vocacionado pode escutá-lo em sua vida e saber acolher a missão com toda a graça que a vida com Jesus proporciona.
Pois é nas incertezas e nas angústias da vida, as mesmas que escureciam o coração daqueles discípulos que se dirigiam a Emaús, que o Cristo se apresenta diante do cristão e convida-o a partilhar com alegria sua vida com Ele.
Saber discernir
Como batizados, a tarefa de todos os cristãos leigos requer o cultivo vocacional, das diversas formas em que essa ação se apresenta. O Pe. Renan Rangel dos Santos Pereira, Reitor do Seminário Missionário Bom Jesus da Arquidiocese de Aparecida, comenta algumas iniciativas que ajudam os cristãos a refinarem o próprio discernimento. Uma delas é a de se falar bem dos vocacionados. “Quem é que vai querer ser algo de que se fala mal? (...) Como é importante que se fale bem dos padres. Como é importante que se fale bem da vida religiosa, das irmãs”, frisa.
Além da missão de instigar - o padre sublinha a tarefa de instigar, e não empurrar e obrigar vocações -, o discernimento parte também das características pessoais da própria pessoa. “A gente percebe nas nossas comunidades aquele jovem que tem um jeito, que tem algumas características de amor, empenho, doação à vida comunitária. (...) Os jovens que escutarem isso vão dizer ‘Que interessante, que bonito! Eu também quero ser’”.
Existe, além disso, algo essencial para a verdadeira vivência da vocação: a alegria. O Padre João Paulo de Oliveira Ramos, C.Ss.R., do Secretariado Vocacional Redentorista do Seminário Santo Afonso em Aparecida (SP), relembra que a criação dessa alegria se inicia dentro do seio familiar. “A vocação é algo que vai tornar a pessoa feliz, então é incentivar os filhos, os netos a procurarem a felicidade, a se realizarem como pessoas”, garante. Para ele, realizar essa procura só é possível se a pessoa tiver sensibilidade para poder voltar-se para si mesmo e encontrar essas respostas.
No entanto, o chamado de Deus não quer dizer apenas satisfação, mas também é uma resposta a grandes questionamentos que ressoam no coração humano. São nessas inquietações que, muitas vezes, o vocacionado encontra as respostas de que precisa. “Para quê eu vim a esse mundo? Qual é o sentido da minha vida? Cada um tem esse chamado e essa resposta no decorrer da vida”, diz Pe. João Paulo. Saber aplicar essas realidades na vida vai além da comodidade e requer uma boa dose de esperança para saber responder ao chamado.
Saber agir
E se o chamado for respondido à vocação redentorista, o que o vocacionado pode fazer? Ao acessar o site A12.com/vocacional, ele pode realizar um cadastro que é recebido pelo Secretariado Vocacional e analisado pelos promotores. Se os requisitos forem preenchidos, um contato com o vocacionado é realizado e ele é então convidado a participar do processo de discernimento vocacional. “A partir desse caminho, [os vocacionados] vão caminhando durante um ano fazendo encontros, retiros, tendo formações online e eles vão discernindo qual é o chamado, se é para ser irmão, se é para ser padre”, explica Marco Aurélio Costa, jornalista do Secretariado Vocacional Redentorista da Província de São Paulo.
Esse período é então seguido pelo pré-estágio e pelo estágio vocacional, em que cada vocação, religiosa ou sacerdotal, é encaminhada para sua respectiva etapa formativa.
Marco Aurélio ainda explica que a Congregação ainda busca fomentar os chamados durante várias etapas da vida: dos 6 aos 14 anos com as vocações mirins, dos 15 aos 27 anos com a vocação regular e dos 28 aos 35 anos com a vocação adulta. “Por exemplo, um menino fez o discernimento vocacional e não concluiu o ensino médio. Então ele faz o ensino médio no Seminário de Santa Bárbara. Depois do ensino médio, [os vocacionados] fazem o propedêutico no Seminário Santo Afonso. Eles ficam um ano no Seminário e, depois do propedêutico, eles vão para a filosofia para a Comunidade Redentorista São Luiz, em Belo Horizonte”, agrega Marco.
As diversas formas de se viver o chamado do Senhor, dentre vários exemplos na Arquidiocese de Aparecida e na Congregação do Santíssimo Redentor, são tema da próxima reportagem de “Vocação: Escuta, Ação e Alegria”.
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