Mais de 200 mil fiéis devem participar da missa exequial do Papa Francisco, no sábado (26).
A celebração litúrgica, rezada na Praça São Pedro, será a última cerimônia pública antes do sepultamento do pontífice, que morreu na última segunda-feira (21). Repleta de simbolismos, a Eucaristia possui rituais próprios, utilizados apenas para o Sumo Pontífice.
Simplificados e adaptados por Bergoglio, os rituais serão celebrados novamente após 20 anos. O funeral de um pontífice reinante foi celebrado pela última vez em abril de 2005, com a morte de João Paulo II — hoje canonizado.
Os textos e orações utilizados na cerimônia estão descritos no Ordo Exsequiarum Romani Pontificis. O livro guia os rituais funerárias dos papas.
Ritos iniciais
A antífona de entrada, inspirada no segundo capítulo do livro de Esdras, recorda a tradicional oração da Igreja pelos mortos: Descanso eterno dai-lhe, Senhor, e que brilhe para Ele a vossa luz.
Enquanto o coro e a assembleia cantam esta antífona, os cardeais, usando vermelho — a cor do luto dos papas — ingressam na Praça São Pedro. No fim da procissão estará o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio de Cardeais e presidente da celebração.
Os ritos iniciais da missa seguem a estrutura habitual. Não se canta, porém, o Glória.
Oração coleta
A oração coleta, que antecede a Liturgia da Palavra, recorda o ministério do Papa. Apresenta também o clamor do povo pelo descanso eterno do sumo pontífice.
“Ó, Deus, pastor eterno das almas, volvei o vosso olhar ao povo que te suplica e concedei ao seu servo, o Papa Francisco, que presidiu na caridade a sua Igreja, de compartilhar com o rebanho a ele confiado a recompensa prometida aos fiéis ministros do Evangelho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”, reza o ritual.
Liturgia da Palavra
As leituras, que apresentam salmos e trechos do Novo Testamento, serão feitas em inglês, latim e espanhol. Todas apresentam a esperança cristã na ressurreição dos mortos a partir da ressurreição de Cristo.
O Evangelho, extraído do livro de São João (21,15-19), recorda a missão do Papa, dada pelo próprio Cristo: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,17). Recorda ainda o anúncio de Jesus sobre a morte de São Pedro, por meio do qual ele glorificaria a Deus.
Oração dos fiéis
Na oração dos fiéis, mais uma vez se optou pela escolha de diversas línguas. As preces, seis ao todo, serão rezadas em francês, árabe, português, polonês, alemão e chinês.
Além de pedir pela alma do Papa Francisco, as orações recordam a Igreja, os povos e nações, os papas falecidos, todos os fiéis defuntos e o povo presente na celebração.
Oração eucarística
O prefácio escolhido para a cerimônia — intitulado a esperança da ressurreição em Cristo — recorda a promessa da vida imortal em Deus como consolação. Recorda ainda que, “para os que creem, a vida não é tirada, mas transformada”.
O nome do pontífice não é mencionado na Oração na prece que reza pela Igreja, já que a Sé de Pedro está vacante. Seu nome aparece, porém, no momento em que se recordam os defuntos, pedindo que o Papa possa participar da Ressurreição junto com Jesus.
Última encomendação e despedida
Após a comunhão, acontece a Ultima Comemendatio e a Valedictio. As cerimônias marcam a encomendação do corpo do pontífice e as despedidas solenes, tradicionalmente realizadas pela Igreja.
O momento solene se inicia com um convite aos fiéis: “confiemos à misericórdia de Deus a alma do nosso Papa Francisco, bispo da Igreja Católica, que confirmou seus irmãos na fé da ressurreição”. As orações continuam pedindo que o Papa seja acolhido por Deus.
Súplicas da Igreja Romana
Começam então as chamadas súplicas da Igreja Romana. Na prática, a Ladainha dos Santos onde, à invocação do nome de cada canonizado, se responde orate pro eo — rogai por ele. Entre as reformas de Francisco, está a intercessão do nome dos pontífices canonizados, para que intercedam pela entrada de seu sucessor no céu.
O Vigário Geral do Papa para a Diocese de Roma, cardeal Baldo Reina, finaliza o momento com uma oração. A prece pede que Francisco possa “contemplar eternamente os mistérios da graça e da misericórdia que, sobre a Terra, fielmente dispensou ao seu povo”.
Súplicas da Igreja Oriental
Patriarcas, arcebispos maiores e os Metropolitas das Igrejas Orientais em comunhão com o Vaticano se aproximam do caixão do pontífice — selado na noite anterior — e iniciam a Panikhida, o serviço litúrgico em memória dos falecidos realizado pelas igrejas que seguem o rito Bizantino.
Este trecho da cerimônia é composto por salmos, ladainhas, hinos e orações. Todas as preces pedem a Deus o descanso eterno do pontífice.
A presença dos representantes da Igreja do Oriente representa a universalidade da Igreja. Além disso, recordam que o pontífice é responsável não apenas da Igreja Romana, mas também do Oriente.
O momento é concluído com a aspersão do caixão com a água benta. O féretro também será incensado, antes das orações que concluem a cerimônia.
Transladação para a Basílica de Santa Maria Maior
Ao fim da celebração, o caixão é levado para dentro da Basílica de São Pedro ao som da antífona “In Paradisum”: “Que os Anjos te conduzam ao Paraíso; que os Mártires te acolham à tua chegada, e te introduzam na cidade santa de Jerusalém”.
O caixão sairá da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será enterrado Francisco. O trajeto, que não passará pela Praça São Pedro novamente, seguirá para o local do sepultamento, transpondo o Centro Histórico de Roma.
Na chegada do corpo à Basílica dedicada a Mãe de Deus, pobres e necessitados prestarão a última homenagem a Francisco. O grupo terá cerca de 40 pessoas, entre migrantes, detentos e sem teto, que acolherão o caixão do pontífice.
O sepultamento
A sepultura de Francisco está localizada na nave lateral da Basílica de Santa Maria Maior. Trata-se de um nicho localizado entre a Capela Paulina, que abriga o ícone da Salus Populi Romani, e a Capela Sforza, um dos últimos projetos de Michelangelo.
Simples, a tampa do sepulcro é feita de mármore proveniente da região da Ligúria, na Itália — a terra dos avós do Papa Francisco. Ela possui 12 centímetros de altura e apresenta apenas a inscrição “Franciscus”, nome do pontífice em latim, conforme a tradição dos papas. Acima, na parede, uma reprodução de sua cruz peitoral, em dimensões maiores, compõe o projeto arquitetônico.
A pedido do Santo Padre, uma inscrição acima de sua tumba, presente deste 1615, será mantida. Ela recorda como o Papa Paulo V quis erigir a Capela Paulina para a veneração do ícone da Salus Populi Romani e recomenda a celebrações de ritos e cantos perpétuos em honra da Virgem Maria.
Ali, entre cantos de salmos e preces, o primeiro Papa argentino será enterrado em uma cerimônia privada. Sua tumba poderá ser visitada a partir de domingo (27) pelos fiéis.
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