Revista de Aparecida

Conversão: imperativo contínuo do amor a Deus

A natureza humana vive um contínuo processo de mudança em múltiplos aspectos: biológico, psicológico, intelectual, relacional, cultural, social, histórico, civil etc.

Escrito por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R.

01 JAN 2023 - 10H45 (Atualizada em 13 JAN 2023 - 08H14)

Vatican News

Cada um possui o dinamismo da mudança inerente ao seu próprio ser. Assim como todos os dias caminhamos rumo à maturidade pessoal, assim nossa vida espiritual amadurece através da conversão para Deus. Ela é contínua na compreensão e nas atitudes comportamentais. Isso acontece no componente religioso da personalidade consciente.

Iniciada a mudança provocada pela conversão, essa vai definir dia a dia nossa relação com Deus. Ela nasce, se desenvolve e amadurece sem fim no contato com sua Palavra, com a Tradição e com o Magistério da Igreja. A maturidade espiritual da conversão supõe a ligação com a comunidade, mas o primeiro passo desse processo é a autoconsciência de si: quem sou eu, por que é que vivo e para que?

A conversão busca a Deus como princípio e fim último absoluto. O impulso para Ele exige o esforço constante de retidão consigo e com os outros: na prática das virtudes, dos valores, dos princípios humanos e cristãos. Vale dizer em resumo: respeito à vida e sua defesa em todos e para todos. Com justiça, honestidade de intenções, atos e projetos políticos de poder na fraternidade e paz. Onde houver mudanças, haverá reformas no indivíduo e na sociedade.

Quem crê no Deus revelado como Pai por Jesus, deixa-se envolver no seu amor. Se as infidelidades, incoerências e desânimos esterilizam o desejo, o esforço e a perseverança no caminho da conversão, vem em nosso socorro o carinho paterno do Senhor.

Cada um tem seu próprio ritmo no assumir e praticar mudanças nos hábitos de conversão. Mas, a fé cristã alerta: é impossível superar por nós mesmos o estado original de pecado. É preciso aceitar ser revestido de Cristo, morrer e ressuscitar com Ele para ser criatura nova, ensina São Paulo.

A misericórdia é o modo como Deus nos acolhe. Ele perdoa o “filho pródigo”, que o procura e volta arrependido. Saber e sentir que posso pedir o perdão de meus pecados, erros e faltas já é encorajador. Se não houvesse essa inegável experiência do arrependimento no caminho de conversão, jamais teríamos a certeza de superar a maldade e o pecado.

A fé em Cristo nos torna mendigos da misericórdia de Deus. Sair de si é renunciar ao orgulho e andar com Jesus nos caminhos da vida. Sendo caminho, verdade e vida, Ele anda conosco e nos introduz no milagre da salvação. Se a realidade infinita de Deus ultrapassa nossa fraca compreensão, a Graça dada em Jesus Cristo nos converte todos os dias até o dia final.

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