Cada mês estamos apresentando uma virtude de Maria de Nazaré. Lembre-se que “virtude” é um hábito bom, que se cultiva por toda a vida, a ponto de se tornar enraizada em você. Antigamente, se falava muito de obediência. Os filhos deviam obedecer aos pais, os alunos aos professores, os leigos aos padres. E se alguém não obedecesse, deveria ser castigado. Hoje há uma dificuldade de compreender a obediência, pois no passado se enfatizou a “obediência cega”, sem pensar ou levar em conta a situação real das pessoas.
Na Bíblia, “obedecer a Deus” tem um sentido positivo. Significa aceitar acolher o amor de Deus, andar em seus caminhos, estar atento para não se desviar e manter-se fiel à Aliança (1Reis 2,3; Deuteronômio 11,1). Há trechos da bíblia que dão mais peso a cumprir as normas e as leis religiosas. Em outros, mais importante é estar com o coração aberto e descobrir o que Deus nos pede em cada momento da vida. É muito mais do que simplesmente seguir as leis e os mandamentos.
Os judeus rezavam cada dia um refrão que dizia: “Ouve, ó Israel!” (Dt 6,4). Para obedecer é preciso ouvir, escutar, interpretar e acolher os apelos de Deus. O Salmo 40 mostra como essa obediência exige uma atitude ativa, um discernimento: Senhor, não quiseste sacrifício, nem oferta, mas abriste os meus ouvidos. Então eu disse: “Eis-me aqui para fazer a tua vontade”. Meu Deus, eu quero ter a tua Lei dentro de mim. Anunciei a tua justiça na grande assembleia, falei da tua fidelidade e da tua salvação. Exultem e alegrem-se contigo todos aqueles que te buscam!
Maria desenvolveu a virtude da obediência por toda a vida, pois surgiam novas situações e ela precisava renovar seu Sim. Então, Maria orava, pensava e tomava as decisões certas. Imagine a jovem já prometida em casamento, com a esperança de ter muitos filhos, e Deus lhe pede para ser a mãe do messias. Tantas incertezas se abriam com essa opção. Depois de perguntar e dialogar com o anjo Gabriel, ela responde de maneira firme: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo sua vontade”. Quando Jesus adolescente, no templo de Jerusalém, disse para ela que “devia se ocupar das coisas do Pai”, Maria não entendeu (Lc 2,49). Então, em Nazaré, ela procurava compreender o sentido dos fatos (Lc 2,51). É uma obediência ativa, pois não era fácil para ela saber com certeza qual era a vontade de Deus. E quando Jesus morreu na cruz, condenado como criminoso pelas autoridades judaicas e romanas? Como foi desafiador para ela e os outros seguidores de Jesus...
Que Maria nos ajude a discernir a vontade de Deus, especialmente nas situações novas, nas inesperadas, e naquelas que nos deixam em dúvida. Que sua obediência nos faça viver na escuta ativa dos apelos e das oportunidades que Deus nos oferece. Amém.
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