O papa Francisco escreveu em 2015 uma importante encíclica, na qual convoca os cristãos e toda a humanidade para colaborar no cuidado do nosso planeta. Esse belo e profundo escrito se chama “Laudato Si” (LS), expressão tomada do Cântico das Criaturas, de São Francisco. É um convite a bendizer a Deus pela beleza da criação: “Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas”.
A Laudato Si está organizada em capítulos, como se fosse um trenzinho com seis vagões. A locomotiva é a introdução, na qual se diz que o planeta Terra é “Casa Comum”. Nele habitam bilhões de seres humanos, como também a água, o solo, o ar, a energia do sol, os microrganismos, as plantas e os animais. E tudo está interligado! Essa nossa Casa Comum é para nós como uma irmã, com a qual partilhamos a existência, ou uma mãe bondosa que nos acolhe nos seus braços (LS 1).
Francisco nos convoca a uma “conversão ecológica”: passar de atitude de indiferença ou de destruição para a de cuidado e de reconstrução. Os vagões do trenzinho da Laudato Si são: (1) O que está acontecendo com essa nossa Casa; (2) O evangelho da criação; (3) A raiz humana da crise ecológica; (4) Uma ecologia integral; (5) Linhas de orientação e ação (para quem tem poder político e econômico) e (6) Educação e espiritualidade ecológicas (para todos nós).
No parágrafo 241, Francisco liga a pessoa de Maria com alguns temas da Laudato Si. Vejamos resumidamente:
*Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido. Maria não somente se volta para os seres humanos, como também para toda a criação. Com seu exemplo, ela nos ensina a tomar atitudes pessoais e comunitárias em relação à criação ameaçada.
*Assim como chorou com o coração trespassado a morte de Jesus, assim também agora Maria se compadece do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano. Maria sente no seu coração a dor diante da situação de exploração dos pobres, dos excluídos e do meio ambiente.
*Ela vive, com Jesus, completamente transfigurada, e todas as criaturas cantam a sua beleza. Elevada ao céu, é Mãe e Rainha de toda a criação. No seu corpo glorificado, juntamente com Cristo ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza. A assunção de Maria significa o começo da participação da humanidade e das outras criaturas na ressurreição de Jesus. Maria nos aponta para a esperança de “um novo céu e uma nova terra”.
*Maria, que «guardava» cuidadosamente todos os fatos no seu coração (Lc 2,51), agora compreende o sentido de todas as coisas. Por isso, podemos pedir-lhe que nos ajude a contemplar este mundo com um olhar de sabedoria. Peçamos então a Maria que ela nos dê esse olhar de carinho e respeito pela criação e mobilize nossas mãos para atitudes pessoais e ações comunitárias, a começar de onde moramos e trabalhamos. Amém.
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