Por Felipe Koller
Ao entrar no Santuário Nacional, franqueamos portas que, com os vitrais acima delas, formam a figura de uma mão. Na iconografia, a mão é o símbolo do trabalhar, do operar, do agir. Por isso, Deus Pai é representado como uma mão que vem do alto: se não podemos vê-lo diretamente, podemos ver a obra que ele realiza em nossa história pessoal e comunitária. Para entrar, pois, no Santuário para celebrar a liturgia, precisamos partir da experiência concreta da salvação em nossa vida, do trabalho que Deus já realizou em nosso coração, da sua presença já atuante em nossa história.
Também na parte mais alta da Fachada Norte vemos uma mão: a mão de Deus que cobre o rosto de Moisés, que lhe havia pedido para ver a sua glória. O Senhor lhe responde: “Quando passar a minha glória, colocar-te-ei na fenda da rocha e cobrir-te-ei com a palma da mão até que eu tenha passado” (Êx 33,22). Não é que Deus esteja se escondendo de Moisés: ao contrário, ele está atendendo ao seu pedido e mostrando a ele a sua glória. Onde está a glória de Deus? Em sua obra, naquilo que ele realizou junto de seu povo. Por isso, o Senhor cobre Moisés com sua mão. O que Moisés vê ali, na palma da mão de Deus, é tudo o que a Fachada Norte – e também a Sul – nos apresentam: a história da presença salvadora de Deus no meio de nós. Daí a localização da cena, como que a abrir todo o mosaico que reveste as fachadas do Santuário.
No nosso caminho de discípulos, também somos chamados a olhar para a mão de Deus, fazendo memória da obra que essa mão já começou a realizar em nós. Ali onde concretamente fizemos a experiência de uma existência liberta, redimida – é ali que a mão do Senhor tocou a nossa vida. Essas são as portas por onde entramos no mistério de Deus, que nos guarda com carinho em seu coração: “Tatuei teu nome na palma da minha mão” (Is 49,16).
A ressurreição do Senhor
Maria Madalena no jardim da ressurreição, a samaritana junto ao poço e a protagonista do Cântico dos Cânticos são todas anunciadoras do mesmo mistério: o amor é mais forte (cf. Ct 8,6).
A descida aos infernos
Jesus assumiu plenamente nossa condição de finitude: vivendo a morte como testemunho de amor, iluminou-a por dentro e tirou-nos do seu poderio.
A paixão de Jesus
Numa queda vertiginosa, Jesus entra na morte; contrariando todas as expectativas, nos salva abraçando a fragilidade e não exibindo sua força.
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