Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

Por que acreditar na intercessão?

Do seio materno ao berço e desse para o túmulo, precisamos de mediadores contínuos, na arte da sobrevida até à morte

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"Interceder, pedir a favor de outrem, é próprio, desde Abraão, dum coração conforme com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa na de Cristo: é a expressão da comunhão dos santos" (CIC, 2635)

Precisar da intercessão dos outros é um dado inerente à natureza, desde o nascer. Pedir auxílio, proteção, intermediação de favores para outros expressa, já por si, nossa mútua dependência. Ao nascer, o bebê entra no mundo pedindo auxílio, chorando a plenos pulmões. Do seio materno ao berço e desse para o túmulo, precisamos de mediadores contínuos, na arte da sobrevida até à morte. Antes de se falar em educação, paz, respeito, tolerância, dignidade, antes de se pactuar num grupo qualquer o modus vivendi das relações, leis e normas, impõe-se a intercessão. Gestos e palavras criam na mediação mútua os valores humanos, éticos e espirituais, enquanto definem os limites da existência, convivência e sobrevivência. A Igreja crê e professa que todos os benefícios espirituais dos que intercedem e pedem perfazem o dogma da Comunhão dos Santos. O artigo 9º do Credo reza: “Creio na Igreja uma, santa, católica e apostólica. Creio na Comunhão dos santos”. Para a fé cristã segundo a Bíblia, a Tradição e o Magistério da Igreja, Jesus é o único mediador entre Deus e nós. Ele nos congrega numa só fé. Sendo seus discípulos-missionários, unicamente por seus méritos possuímos a santidade na comunhão com pessoas. E participando das coisas santas, como os sacramentos, a caridade, as virtudes, os bens e bênçãos da Graça e toda a riqueza espiritual frutos do bem, da verdade e do amor. Cremos na misericórdia de Deus, reconhecendo nossa radical dependência Dele. Ele nos ouve, premia nossos méritos e os associa aos de Cristo. O processo da nossa salvação está em curso por Jesus, o mediador do Pai. O Filho nos prometeu e enviou um advogado-intercessor, para cumprirmos sua missão. É seu Espírito que socorre nossa fraqueza, porque nem sabemos o que é conveniente pedir, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis (Rm 8,26). A salvação é só por Jesus, Maria faz a mediação materna e subordinada. Não foi a Igreja, não foram os homens que “inventaram” o culto a ela. O próprio Deus a convidou para ser a mãe do Messias segundo o relato bíblico da Encarnação, anunciada pelo anjo Gabriel. Maria, Cheia de graças, Santa das santas, aceitou. Foi remida pelo Filho antes de nós e de modo único. Soube dizer o SIM total. Tornou-se modelo exemplar de todos os santos e santas na Igreja. Eles e elas a invocaram no discipulado, caminho em que hoje nos apoiam. A Virgem Mãe, lá no céu, intercede, ajuda e nos ensina a falar com Deus uno e trino, na oração e na escuta da Palavra. 

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