Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

São Miguel. São Gabriel. São Rafael.

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Da esquerda para a direita: São Miguel, São Rafael e São Gabriel


Angelologia, ou Angiologia, é o estudo da Teologia cristã sobre a existência incorpórea, a natureza e as funções dos anjos, puros espíritos. A Liturgia católica celebra a festa dos três Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel no dia 29 de setembro. E a dos Santos Anjos da Guarda no dia 02 de outubro. Somente os três Arcanjos recebem nome na Bíblia: Miguel (quem como Deus?); Gabriel (Força de Deus) e Rafael (Deus cura). O Catecismo Católico relaciona os anjos à missão de Cristo e à vida da Igreja, ensinando: “A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama em geral de anjos, é uma verdade da fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (CIC. 328).

Na pesquisa, no estudo da fé e da catequese cristã, nem sempre se tratou com atenção doutrinária o tema e a diferença entre seres espirituais celestes como os Anjos da Guarda, Arcanjos, Querubins, Serafins. O Catecismo Católico ensina o que Santo Agostinho escreve: “Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito! Desejas saber o do ofício? Anjo! Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (mensageiro). Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus.” (Catecismo Católico, 329).

A palavra “anjo(s)” aparece mais de 3 mil vezes na Bíblia Sagrada, e o trabalho deles é referenciado cerca de 150 vezes. E são mencionados em 34 livros da Bíblia, é mais da metade. Aparições, proteções, anúncios, orações bíblicas envolvem anjos, querubins, serafins, arcanjos e o Anjo do Senhor, do Gênesis ao Apocalipse.

O Concílio Vaticano II (1962- 1965) revalorizou a fé, o culto litúrgico e a piedade popular com os anjos e arcanjos. Unidos conosco em Cristo são seres reais e não apenas símbolos. Nem abstrações, emanações e energias esotéricas ou ocultistas, frutos de fantasias e crendices em divindades politeístas nas culturas antigas. Já os mitos modernos sobre as funções prestadas pelos anjos aos homens por ordem divina, ou no lugar do próprio Deus, são produtos de fantasia. Nosso conhecimento de Deus, na sua relação divina quanto aos anjos, é bem distinto. É certo que a força infinita de Deus se faz presente nos espíritos incorpóreos. Mas é bom desconfiar da proliferação de hierarquias, nomes e atributos repassados a supostos anjos conforme o misticismo, o ocultismo, a numerologia que invadem a Internet. Acreditar em anjos e demônios inventando uma angeologia eivada de superstições e mitos, é negar o poder de Deus. Cultivar sólida devoção, venerar os anjos e Arcanjos faz parte do Depósito da Fé.

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