Revista de Aparecida

Uma leitura das fachadas do Santuário Nacional de Aparecida em conjunto. Como elas se relacionam?

Escrito por Revista de Aparecida

05 MAI 2025 - 09H33 (Atualizada em 05 MAI 2025 - 14H44)

Thiago Leon

Por Letícia Falasqui Tachinardi Rocha

Thiago Leon
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As fachadas do Santuário Nacional de Aparecida, que estão sendo revestidas de passagens bíblicas através dos mosaicos, manifestam por meio da beleza o Amor de Deus. Cada uma nos conta como esse Amor esteve sempre presente, em todos os momentos da história, mas juntas elas nos revelam a profundidade do mistério da nossa fé.

Podemos partir de uma imagem que todos temos na memória desde pequenos, na escola, o globo terrestre, que preso por um ponto ao norte e outro ao sul, gira em torno de si mesmo. Aprendemos que em torno desse eixo fixo, norte-sul, o nosso planeta dá uma volta completa a cada 24 horas, marcando o dia e a noite, ou seja, o tempo. Aprendemos também que o sol nasce do oriente, a leste, e se põe na direção oposta, a oeste. Mas como isso pode nos ajudar a compreender melhor as fachadas? Elas obedecem a mesma lógica.

Thiago Leon
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Temos um eixo fixo norte-sul, formado justamente pelas Fachadas Norte e Sul, que é a estrutura da nossa fé, da existência da Igreja e de tudo o que existe – a Páscoa, que é a manifestação plena do Amor de Deus. Já a leste, de onde nasce o sol, temos a criação, e a oeste, onde aqui nessa terra vemos o sol se pôr, na Fachada teremos o Reino de Deus, o cumprimento total, a Luz que não terá mais fim.

Assim temos uma estrutura muito clara que da Páscoa Hebraica retratada na Fachada Norte à Páscoa de Cristo na Fachada Sul, desenha o fundamento da existência, imutável, um eixo fixo que tudo orienta e sustenta. Já as Fachadas Leste e Oeste formam um eixo que passa da criação do mundo à nova criação, ou seja, ao cumprimento, que passa do Jardim do Éden à Jerusalém Celeste, ao Reino de Deus. Assim, as Fachadas Leste e Oeste formam um eixo que, passando pelo fundamento da Páscoa, passam do tempo à eternidade.

A Fachada Norte nos leva ao livro do Êxodo, com as figuras de Moisés e de José do Egito, e nos mostra a Páscoa Hebraica, ou seja, os eventos que na história manifestaram a libertação de um povo. É assim que conhecemos Deus, por meio da história. E o Êxodo começa a contar a história da Salvação, que será total e completa somente com a Páscoa de Cristo, Salvador do mundo, que morrendo venceu a morte para sempre.

A Fachada Sul mostra esse mistério de Amor desde a Encarnação até a Páscoa de Cristo e a continuidade da história e da humanidade no modo pascal – como a vida dos primeiros mártires até Romero, nosso contemporâneo.

O que a Fachada Norte apresenta como imagem, como preparação, a Fachada Sul revela como plena realização de Amor: a plena Salvação em Cristo, por sua morte e ressurreição.

Esse é o grande mistério e fundamento da nossa fé, esse é o eixo fixo da nossa existência, que se torna a chave de leitura para a nossa vida e também para a criação. Assim o eixo norte-sul é a chave de leitura para a nova Fachada Leste, pois como diz a primeira Carta aos Colossenses (cf 1,15-20), todas as coisas foram criadas em Cristo, por Ele e para Ele.

Juntas as fachadas mostram que tudo o que vemos e vivemos só encontra seu sentido e fundamento em Deus, em seu infinito Amor que nos criou e, por meio de seu Filho, nos libertou da escravidão do pecado e da morte nos fazendo filhos em Cristo.

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