Por Priscila Ferreira Em Crescendo na Fé Atualizada em 22 SET 2020 - 09H06

As diferenças na escrita dos evangelistas: qual a característica de cada um?

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A palavra "Evangelho" vem do grego e significa Boa Notícia. A Igreja Católica reconhece quatro narrações como inspiradas por Deus e, portanto, canônicas. Trata-se dos evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João.

São Mateus



O Evangelho de São Mateus é o primeiro dentre os quatro evangelistas e foi feito para fortalecer a fé dos cristãos de origem judaica. São Mateus esclarece a respeito de uma verdade: São os cristãos que constituem o verdadeiro Israel, pois, em Jesus, a herança de Israel se tornou de todos e para todos, ou seja, universal.

Principais características do Evangelho de São Mateus:

Depois da infância de Jesus (cap 1-2), são escritos cinco sermões, uma alusão aos cinco rolos da Lei de Moisés. Por isso, uma característica específica desse Evangelho é mostrar que ser discípulo de Jesus é a única forma verdadeira de realizar o objetivo da lei: Viver segundo a vontade de Deus.

Nesse Evangelho, Jesus ensina a compreensão total, plena da lei.

Jesus é visto aqui como o mestre, modelo, instruído no reino de Deus. Além disso, o Evangelho de Mateus é o que mais percebe Deus como pai, cuja vontade é a verdadeira justiça, o verdadeiro caminho.

São Marcos



O segundo e mais antigo dos quatro Evangelhos é atribuído a Marcos, que a tradição chama de primo de Barnabé, discípulo de Pedro e amigo de Paulo. Esse evangelho foi escrito em grego, entre os anos 65 e 70.

São Marcos é citado em At 15,39 e como "João Marcos", em At 13,5-13. Esses dualidade acontece hoje com quem tem nome composto (quem já passou por isso?) e, naquela época, os judeus também se utilizavam dessa duplicidade de nomes por conta do uso de um nome judeu (João) e outro latino helenizado (Marcos).

Principais características do Evangelho de São Marcos:

O Evangelho de São Marcos é conhecido como o “evangelho querigmático”, pois retrata como nenhum outro o primeiro anúncio (querigma). Esse anúncio é capaz de nos impactar, renovar.

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Além disso, se manifesta em Jesus o temor diante da santidade de Deus (nas expulsões de demônios, na autoridade perante o sepulcro vazio). Outra característica é a forma como é retratado o “segredo messiânico”. Os demônios sabem que Jesus é o Messias, mas são proibidos de dizer.

Por fim, Jesus é retratado como o filho do Homem, o servo sofredor, o enviado por Deus. São 16 capítulos que nos fazem compreender, na profundidade, o que somos chamados a viver.

São Lucas

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São Lucas escreveu o Evangelho e os Atos dos Apóstolos. O Evangelho está dentro da “história da salvação”, que alcança três épocas: o tempo da promessa (Antigo Testamento), o tempo do cumprimento (Jesus) e o tempo final (o anúncio final pela Igreja).

Principais características do Evangelho de São Lucas:

A graça e misericórdia de Deus que se manifestam na atenção prioritária dada aos pobres e pecadores. A gratuidade e universalidade da salvação, que supera o esperado pelo povo judeu.

Jesus é visto aqui como o novo Elias: Venceu o jejum no deserto, era movido pelo Espírito Santo de Deus, fazia milagres e manifestava a misericórdia de Deus às viúvas, aos estrangeiros, aos pobres. Além disso, foca em Jesus com o aspecto profético para que não se pense em Jesus apenas como alguém como o rei Davi. Na infância de Jesus, São Lucas descreve maravilhosamente a presença fiel de Maria.

São João



O Evangelho segundo João foi atribuído pela tradição da Igreja antiga a João, filho de Zebedeu, um dos doze apóstolos de Jesus. O objetivo desse Evangelho é fortalecer os fieis na fé que crê e confessa Jesus como Messias e Filho de Deus

Principais características do Evangelho de São João:

Sinais e símbolos são uma característica desse Evangelho, pois são muito usados. O Evangelho de São João também nos revela o Espírito Santo como o Paráclito, que nos auxilia nos momentos mais difíceis.

O caráter de um Deus que é uno e, ao mesmo tempo, trino, se manifesta, a trindade se revela. Além disso, a mãe de Jesus nunca é chamada pelo seu próprio nome. Ela é mencionada em duas cenas apenas, mas de uma enorme profundidade. Maria é referência de Jesus ao entrar e sair da vida pública. E, na qualidade de referência de Jesus, ela é acolhida pelo discípulo amado.

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