Conheci uma vez um descendente de chineses que teve uma experiência de conversão muito particular. Num determinado momento, o peso da afirmação de Jesus estar realmente presente na Eucaristia tomou dimensões tais, que simplesmente ele precisava aceitar tudo o mais. Se bem tendo dificuldade para compreender o sentido da confissão e de algumas práticas devocionais, a pedra angular da sua experiência de conversão foi a percepção da realidade e proximidade de Jesus na Eucaristia.
Através de diversos testemunhos e das nossas próprias experiências, percebemos que, na Eucaristia, Deus está presente. Mas, que tipo de presença é esta?
Primeiramente, deve-se afirmar que "a Eucaristia é um Mistério altíssimo, é, propriamente, o Mistério da fé, como se exprime a Sagrada Liturgia" (Papa Paulo VI, Mysterium Fidei, nº 15). Quanto aprofundarmos aqui ajudará em algo, mas o fundamental é se aproximar de Quem é a fonte da fé. Nutridos da fé que vem de Deus, teremos conhecimento verdadeiro de Quem encontramos na Eucaristia.
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Para falar da realidade de tal presença, o termo que a Teologia cunhou foi o de "transubstanciação". Por ela, "convertida a substância ou natureza do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, nada fica do pão e do vinho, além das espécies; debaixo destas, está Cristo completo, presente na sua 'realidade' física, mesmo corporalmente, se bem que não do mesmo modo como os corpos se encontram presentes localmente" (Mysterium Fidei, nº 48).
Isto, que pode parecer muito complexo, quer explicitar que, pelo Sacramento, acontece que no pão e no vinho convertidos (transubstanciados) ‘está Cristo completo’. É presença real. É também presença física, mas ‘não do mesmo modo’.
"Portanto, o nosso Salvador está presente com a sua humanidade não só à direita do Pai, segundo o modo de existir natural, mas também no Sacramento da Eucaristia, ‘segundo um modo de existir que nós, com palavras, mal conseguimos exprimir, mas com a inteligência iluminada pela fé, podemos reconhecer como possível a Deus, e que devemos aceitar fortissimamente como real’." (Mysterium Fidei, nº 47).
Desta forma, podemos ficar com duas ideias. Por um lado, Cristo está realmente presente na Eucaristia. Ali podemos perceber como Ele nos busca, e abrir o coração para que Ele more conosco. Por outro, a forma pela qual realiza isto não é transformando-Se Ele num objeto (pão e vinho), mas transformando (transubstanciando) o objeto (pão e vinho) Nele.
Isto tem repercussões muito práticas. Para citar uma delas, chamemos a atenção sobre o fato de que "esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial, quer dizer, porque nela está presente, de fato, Cristo completo, Deus e homem" (Mysterium Fidei, nº 41).
Assim, não deixa de ser real também a presença de Cristo em cada batizado, como em quem tem fome ou sede (Mt 25,35), e também na súplica confiante ao Pai, percebendo que Deus busca milhares de caminhos para nos encontrar, fica claro que sua presença real na Eucaristia é um dos mais excelentes.
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