Para responder a esta pergunta, precisamos saber a diferença entre o Juízo Particular e o Juízo Final. Você sabe qual é? A Igreja ensina que estes são como dois julgamentos que ocorrem em momentos distintos, mesmo que profundamente interligados.
Por um lado, temos o juízo particular, pessoal, de cada ser humano, que acontece imediatamente após a sua morte. Com ele, o indivíduo ficará sabendo a retribuição essencial que receberá por todos os trabalhos realizados na sua vida terrena. Ou seja, esta retribuição é conhecida neste julgamento privado, também chamado juízo particular ou pessoal (cf. Hb 9,27).
Neste julgamento, a retribuição essencial é definida para toda a eternidade: ou a salvação ou a condenação do falecido.
Mesmo sendo muito difícil falar de “momentos” ― considerando que estamos falando de algo que ocorre depois da morte e já fora do tempo ―, a Teologia geralmente chama o que vem depois deste juízo ou julgamento particular de “estado intermediário”, aquele estado que está entre o julgamento particular, no qual o indivíduo já conhece o seu destino de gozo ou danação, e o julgamento universal, que coincide com a segunda vinda gloriosa de Nosso Senhor Jesus, onde o que se determina no juízo particular será cumprido para sempre.
Leia MaisO que fazer quando sentimos algum tipo de vazio ou escuridão interior?Ter medo da morte é pecado?Neste estado intermediário, não é possível falar de um estado completo, porque falta a ressurreição da carne, que será realizada na Parusia, ou seja, na segunda vinda de Cristo, como dizíamos.
O indivíduo, logo após este primeiro julgamento, subsiste com sua "alma separada", mas seu corpo jaz na sepultura. Não se pode perder de vista a importância da recuperação do corpo, visto que a pessoa humana é uma unidade substancial de corpo e alma espiritual.
Esta situação incompleta estará aguardando o momento final, onde os corpos ressuscitarão para a vida eterna. Ao recuperar a unidade com as almas, as pessoas ingressarão na comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo e com todos os Santos, graças aos méritos de Cristo, na medida da abertura da pessoa ao dom da fé em sua vida terrena.
Infelizmente, muitas destas verdades estão cada vez mais distantes dos nossos diálogos e, às vezes, até mesmo das nossas formações católicas, assim como das homilias nas missas. Porém, tudo isto faz parte da nossa fé e precisa ser encarado de modo realista e sério. Palavras como “juízo”, “danação”, “felicidade eterna”, “ressurreição dos corpos”, podem, infelizmente, soar estranhas, distantes e até mesmo incompreensíveis para alguns.
Conhecer e aprofundar nestes mistérios da nossa vida e da nossa fé, é responsabilidade nossa e nos levará a celebrar os mistérios presentes na vida terrena e a nos preparar para os da vida futura que, cedo ou tarde, chegarão.
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