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Por que a "Terra Santa" continua em conflito até hoje?

Mauro Sérgio da Silva - historiador (Arquivo pessoal)

Escrito por Mauro Sérgio da Silva

14 AGO 2020 - 15H37 (Atualizada em 17 MAI 2021 - 12H10)

Jelena Aloskina/Shutterstock

Desde que nos entendemos por gente, vemos com frequência nos noticiários imagens de conflitos armados e guerras na região do Oriente Médio conhecida como "Terra Santa". Podemos nos perguntar: se a Terra Santa é o lugar onde Jesus viveu, pregou e morreu, por que este lugar ainda hoje é palco de tantos conflitos? Qual a motivação disso tudo?

Primeiro, é importante lembrar que a cidade de Jerusalém é importante para as três principais religiões monoteístas do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo. Sendo assim, vários grupos diferentes vão reivindicar a cidade como sua, e isso gera conflitos.

Jerusalém foi destruída, invadida, e reconstruída dezenas de vezes ao longo da história. Na tradição do Antigo Testamento, o rei Davi conquistou a cidade e seu filho Salomão deu início à construção do primeiro templo. Em 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma resolução da Organização das Nações Unidas determinou a criação de um Estado Judeu e um Estado Palestino. Porém, apenas o Estado de Israel foi criado, e a população palestina luta até hoje para que seu Estado seja criado.

Leia Mais7 histórias de guerra que você pode ler na BíbliaDe 1948 pra cá, o Estado de Israel foi ocupando, com assentamentos judeus, os lugares que estavam destinados a moradias palestinas (e isso é amplamente conhecido pela comunidade internacional), configurando um claro desrespeito à ONU. É sabido, também, que Israel abandonou diversas negociações de paz, por simplesmente discordar da criação de um Estado palestino. 

Israel também tem muito poder militar na região e recebe milhões de dólares dos Estados Unidos da América, como forma de se manter uma "amizade" para propagar seu ponto de influência. A Palestina não é reconhecida como país e nem tem um território definido; por enquanto eles são apenas um movimento que pretende a criação de um Estado. Portanto, a vida diária dos palestinos depende das ações das forças de Israel. Levar uma mulher grávida ao hospital, por exemplo, pode ser muito difícil, se isso cruzar algo bairro israelense.

Ataques militares são constantes: Israel, com seu poder de fogo superior, alega atacar para se defender de ataques promovidos por palestinos. Já estes alegam também que estão se defendendo dos ataques israelenses. E, assim, a situação se arrasta pelos anos.

E o que nós podemos fazer?

Quanto a isso, tenho alguns pontos a considerar:

1. Infelizmente, o ser humano é a única espécie do mundo capaz promover o sofrimento intencional do seu semelhante. Porém, o próprio Jesus, o maior exemplo de sofrimento humano conhecido na história, lutou contra aquilo que é causa de sofrimento ao próximo, a injustiça
Na Bíblia, temos a citação da palavra justiça inúmeras vezes. Jesus viu fome, morte, violência e doenças, e se compadeceu com seus irmãos que estavam sofrendo. Sendo assim, esse é um dos mais importantes valores que devemos observar em nossa vida cristã.

2. Como diz o Papa Francisco em seu livro 'O Amor é Contagioso' (2017), "a vocês, jovens, confio particularmente a tarefa de colocar a solidariedade no centro da cultura humana" (p. 70-71). Só se combate a injustiça, promovendo a justiça. Você, de sua casa, pode ajudar na promoção da justiça, denunciando quando presenciar alguma atitude injusta para com seu semelhante. A Igreja e o Papa contam com você!


Escrito por
Mauro Sérgio da Silva - historiador (Arquivo pessoal)
Mauro Sérgio da Silva

Possui Graduação em História pela UININOVE e especialização em Política e Sociedade pela Faculdade São Luís. Atualmente é professor de História, Sociologia e Filosofia em escolas públicas da região do Vale do Paraíba (SP).

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