Dia Mundial de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas

“A força do cuidado. Mulheres, economia e tráfico de seres humanos”, é o tema do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas deste ano. A data foi instituída em 2015, pelo Papa Francisco.

Há oito anos a data é celebrada mundialmente no dia 08 de fevereiro, dia em memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, vítima do tráfico humano.

Santa Josefina Bakhita foi sequestrada ainda criança no Sudão e foi vendida como escrava e enviada para Itália. Ela viveu os sofrimentos físicos e morais da escravidão, sendo vendida e comprada várias vezes. No dia de sua memória, em 2015, Papa Francisco impeliu os governos a combaterem as causas do tráfico de pessoas, convidando a reconhecer que se trata de uma realidade global que “excede a competência de qualquer comunidade ou país, pelo que necessitamos, para o eliminar, de uma mobilização de dimensão semelhante à do próprio fenômeno”.

A campanha é atribuída à Talitha Kum, Rede Internacional da Vida Consagrada contra o tráfico de pessoas, composta por mais de 3 mil religiosas de diversos Institutos e organizações ao redor do mundo.

A Rede Talitha Kum, presente em mais de 70 países, foi fundada em 2009 pelo desejo comum de coordenar e fortalecer as atividades contra o tráfico promovidas pela vida consagrada nos cinco continentes. Pertencente a União Internacional de Superiores Gerais (UISG) , Talitha Kum coordena os esforços das irmãs para o combate ao tráfico , facilitando o trabalho em rede, a comunicação e o treinamento, de acordo com o plano estratégico da UISG e os ensinamentos da doutrina social da Igreja Católica.

Na organização desse dia estão vários organismos da Igreja: Congregação para a Vida Consagrada, Conselho Pontifício para a Justiça e a Paz, Pontifício Conselho para os Migrantes e Itinerantes, Academia das Ciências do Vaticano, Cáritas Internacional (CI), União Internacional das Mulheres Católicas (WUCWO) e o grupo de trabalho contra Tráfico de seres humanos da Comissão de Justiça e Paz da União Internacional das Superioras Gerais.

A edição de 2022, propõe a reflexão de como as mulheres são as mais afetadas pela violência gerada pelo tráfico de pessoas. No mesmo momento em que as mulheres podem ser as próprias protagonistas, ao desempenhar um papel de transformação em uma realidade de violência e exploração.

72% das vítimas de tráfico identificadas são mulheres e meninas que no contexto do tráfico para exploração sexual movimenta um mercado que representa 2/3 dos lucros gerados pela exploração, é o que aponta as estatísticas das Nações Unidas sobre tráfico de pessoas (Relatório Global do UNODC de 2020 sobre Tráfico de Pessoas).

No Angelus do último domingo, 6 de fevereiro, o Papa Francisco recordou o Dia Mundial de Oração pelo Tráfico Humano e destacou a forma como tráfico de pessoas trata-se de uma ferida infligida pela busca de interesses econômicos sem nenhum respeito pela pessoa humana.

“Muitas jovens, as vemos nas ruas, que não são livres, são escravas de traficantes, que as mandam trabalhar e, se voltam sem dinheiro, as espancam. Hoje isso acontece em nossas cidades. Pensemos seriamente nisso".

O Santo Padre ainda encorajou a sociedade a combater e impedir a exploração que viola cruelmente o direito do ser humano.

"Diante desses flagelos da humanidade, expresso meu pesar e exorto todos aqueles que têm a responsabilidade de agir de forma decisiva para impedir tanto a exploração quanto as práticas humilhantes que afligem de modo particular as mulheres e meninas", finalizou o Papa.

A Rede Um Grito Pela Vida que representa a iniciativa no Brasil disponibilizou diversos materiais para a vivência desse dia. Veja no site oficial.