Por Eduardo Gois Em Brasil Atualizada em 31 OUT 2017 - 10H53

Vai fazer o Enem? Não tenha medo de falhar

enem

Para boa parte dos jovens entre 17 e 18 anos, ter de definir uma profissão na idade em que se encontram não é lá uma tarefa muito fácil. Pode ser estressante e injusto, principalmente se houver uma pressão da família. Dessa maneira, muitos desses estudantes acabam fazendo escolhas erradas que acabam afetando o desempenho profissional no futuro. O Portal A12, conversou com a Coach Vocacional e de Carreira, Érika Ferrari, para esclarecer quais fatos podem ser agravantes durante esse processo, principalmente agora que é época de Enem e vestibular.

Porta A12 - Definir uma profissão aos 17, 18 anos é um processo injusto?

Érika Ferrari

Foto: Arquivo Pessoal

 

 

Érica Ferrari - A escolha profissional depende muito mais da maturidade do que da idade de cada um. A grande maioria dos jovens de 17, 18 anos não se sentem preparados para tal escolha e sofrem uma pressão e responsabilidade muito grande com este momento da vida. É provável que o adolescente goste de muitas áreas e confunda hobby com interesse profissional. Vale ressaltar que, diferente do que grande parte dos jovens idealiza, esta não precisa ser uma escolha eterna e há diferentes caminhos, caso a escolha não seja assertiva.

A12 - Como os pais e familiares devem agir nesse momento da vida do jovem?

Érika - Os pais têm papel importante e fundamental neste momento. O suporte oferecido por eles ajuda o jovem a ter mais confiança e autonomia para sua decisão. É interessante que os responsáveis compartilhem suas experiências profissionais ao longo de sua carreira, enfatizem habilidades identificadas em seus filhos e não imponham sua própria vontade para a tomada de decisão do adolescente.

A12 - Quais os pontos positivos de um suporte vocacional?

Érika - Esta é, provavelmente, a primeira grande e importante escolha na vida do jovem. Investir no suporte vocacional é indispensável quando nos deparamos com oito horas diárias e às vezes seis dias na semana de trabalho intenso. O trabalho significa grande parte da vida futura do jovem, portanto não se sentir feliz nele trará grandes arrependimentos sobre o que poderia ter sido diferente nessa época da vida.

O suporte vocacional ajuda o jovem a se autoconhecer, trabalhando seus talentos na potencialidade máxima e enfrentando limitações. Ajudamos o jovem a definir sua identidade, seus valores, sonhos e objetivos, tornando isso real, mensurável e enriquecedor para a vida inteira.

A12 - Quais dicas você daria para fazer uma boa prova do Enem?

Érika - O primeiro ponto que gostaria de enfatizar é que sem uma escolha alinhada ao perfil do estudante, ele não verá sentido em persistir e se esforçar para uma boa prova. Realizar uma boa prova consiste em ver propósito futuro e se dedicar. Existem três dicas que sempre converso com os estudantes.

A primeira e de difícil entendimento para os focados em sua profissão é desacelerar o ritmo dos estudos na semana da prova, descansar e ter uma boa alimentação, porque o ENEM não só cobrará conhecimentos, como também exigirá resistência.

A segunda dica é realizar provas passadas, para ficar condicionado e entrar no ritmo do exame. A terceira, também muito importante, é planejar e organizar o tempo e os estudos. Cronometrar o tempo, ver quais são as áreas de maior facilidade e estipular metas de acerto total para elas, nas principais áreas de dificuldade, trabalhar em cima com tempo específico por semana, montar cronogramas de estudo semanal e dedicar um tempo na semana para se manter atualizado nos principais assuntos do momento.

A12 - Se nada der certo, como mostrar ao jovem que é possível sempre recomeçar?

Érika - Recomeçar faz parte da arte de viver. Se não existisse o recomeço, acabaríamos sempre em finais. É imprescindível que o jovem entenda que esse não é o final e, sim, um momento novo e de tomada de decisão. Crescemos a partir dos erros e eles são parte fundamental do processo de construção do ser humano. O sucesso é algo mutável, o de hoje não é o mesmo sucesso de cinco anos atrás, como não será em cinco anos futuros.

Não tentar um caminho incerto não dará a você a oportunidade de vislumbrar o que vem a ser o ideal. A sua falha não é o erro e, sim, a paralisação, frente a tantas oportunidades que poderiam se tornar extraordinárias.

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