Filhos de famílias pobres têm só 2,5% de chance de chegar ao topo no Brasil

As desigualdades sociais, regionais e de renda no Brasil contribuem para dar continuidade em uma estrutura de baixa mobilidade social no país. Ou seja, esses fatores ajudam, de certa forma, a dificultar ascensão daqueles mais pobres.

Um estudo realizado por meio do Grupo de Avaliação de Políticas Públicas e Econômicas (GAP) da Universidade Federal de Pernambuco aponta que metade dos filhos de pais situados entre os 20% mais pobres do Brasil permanece nesse mesmo grupo de renda quando viram adultos.

O professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco, Breno Sampaio, e também um dos autores deste estudo, acredita que o levantamento aponta que as crianças que estão abaixo na distribuição de renda vão ter, sim, dificuldade de chegar em outro patamar social.

Ser mulher, preto ou pardo também diminui as chances de ascensão, assim como também viver em regiões como Norte e Nordeste. O pesquisador destacou que o trabalho identifica que no Brasil existem regiões e municípios distintos, mas segundo ele, para além da posição geográfica, o trabalho mostra um entendimento ainda maior que estaria relacionado a esses indicadores, e apesar de ser somente uma correlação, o levantamento aponta que um dos pontos mais importantes é a qualidade da educação.

O professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco disse ainda que o estudo pode trazer um debate ainda maior sobre o índice de mobilidade baixo que tem no Brasil e aponta também que a ascensão social está ligada diretamente à base da população brasileira.