Por Luciana Gianesini Em Assembleia Geral CNBB Atualizada em 19 DEZ 2019 - 12H30

Autora de Bíblia para Crianças: "Sou carteiro das cartas de Deus"

Educadora e psicóloga Goretti Dias fala sobre sua missão de adaptar a linguagem bíblica para o universo infantil

As histórias da Bíblia podem ser contadas de várias formas e até mesmo de maneira mais lúdica, para atrair a atenção das crianças.

Goretti Dias explica no Redação A12 ao vivo o que, de fato, é a Bíblia para Crianças. "São histórias da Bíblia com uma linguagem direcionada à infância, de forma lúdica e simbólica. O texto, inclusive, tem uma introdução com dados da realidade das crianças. A Bíblia tem um movimento muito característico. Você mergulha com a criança, na vivência dela, e depois emerge, para mostrar Deus com tudo o que Ele criou e toda Sua riqueza", disse.

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A educadora contou que chegou nessa linguagem, simples e boa para a criança entender, a partir de uma história pessoal. "Venho de uma família católica e, quando era pequena, fui morar com os meus avós. Meu avô era meu anjo da guarda, porém era ateu, e fazia duras criticas à religião. Comecei, então, a pegar as perguntas dele e levar ao vigário da minha paróquia. Ele me contava as histórias e só depois me dava as respostas.

Quem escreveu esta versão da Bíblia foi minha criança interior, aquela que recebia as respostas para depois as repassar. Fiquei como uma inocente ponte entre as respostas do vigário e o meu avô. Acho que é um dom que Deus me deu, de transformar essa linguagem, tão difícil até para adultos, em uma linguagem simples e simbólica", partilhou ela.

Sobre a parceria com a ilustradora Veruschka Guerra, Goretti afirma que as gravuras foram um presente, porque nesse trabalho a Editora Santuário conseguiu algo que não é muito comum, que é colocar um escritor e um ilustrador que partilham exatamente da mesma ideia sobre o tema. "Ouso dizer q o livro é uma flor, onde o texto deu perfume e a ilustração deu a cor", ponderou.

A Bíblia é uma grande fonte de catequese para as nossas crianças, não apenas porque está pronta, mas porque todos podem se utilizar dela e das brincadeiras que ela sugere para fazer a criança se aproximar de Deus. Ela é como um ponto de encontro entre a criança, o adulto e Deus. Como educadora e psicóloga, Goretti considera que essas são as ferramentas mais práticas que se pode dar como sugestão para que pais e catequistas de todo o país possam aprimorar o trabalho de catequizar as crianças, diante de uma geração que encontra fora da Igreja tantas opções que podem afastá-las da Igreja.

Essa proposta de aproximação através da vivências do dia dia, e o próprio falar sobre a Palavra, cai muito bem porque a Bíblia é tão rica que aborda até mesmo temas que se diz que são atuais, como o bullying e o suicídio, todos muito bem colocados através da Palavra. "É só a gente descobrir o que está rolando no universo do interesse dela e, a partir disso, ligar esse interesse dela com o que está na Bíblia. O educador, o catequista, o familiar precisam saber que, na mente da criança, fica muito difícil localizar Deus e Jesus. Imagine nos tempos da internet, alguém andar de burrinho? Essa noção tempo-espaço somos nós que temos que dar. E fazê-la entender que esse tempo é reduzido, que o tempo de Deus é hoje e que Ele está entre nós".

Gustavo Cabral/ A12
Gustavo Cabral/ A12


Goretti também deu dicas sobre
como as famílias podem se atentar mais à religiosidade das crianças. "Devemos ser otimistas sim, porque acima de qualquer projeto humano, está Deus. Ele usou de um ateu para me levar até Ele e vice-versa. Então, como ele não usaria de outros instrumentos para levar essas crianças que, porventura, possam estar perdidas hoje, até Ele novamente?". Ela explicou que, muitas vezes, achamos que a criança vai compreender e se interessar por isso hoje, agora. Mas ela primeiro precisa ter esse conteúdo gravado na alma, porque o tempo de Deus é diferente pra cada um. Quando a hora certa chegar, o conteúdo já vai estar enraizado dentro da criança. "Se ela, aparentemente, não se interessa hoje, deixe-a gravar, porque um dia, ela se interessará", pontuou.

A psicóloga ainda falou sobre o sentimento de realização por contribuir com a Igreja na tarefa da evangelização: "Se formos ver a realidade humana hoje, a gente se desespera. Foi um ateu q me levou a Deus; não podemos julgar a humanidade. O que importa é que, desse propósito maior, nada nos tira e nos nubla do nosso objetivo de levar Deus até as pessoas. É o ar que eu respiro", ponderou Goretti, que também disse escrever por amor para que, quando a oportunidade chegar, ela esteja preparada para levar a mais pessoas os conteúdos que Deus vem trabalhando em seu interior desde a infância.

Por fim, Goretti partilhou de seu sentimento enquanto autora de um instrumento de evangelização. "Não fui eu que escrevi. Fui um instrumento, fui inspirada pelo Espírito Santo para transformar essa Palavra tão grandiosa em algo simples. Sou um carteiro, cujas cartas foram escritas e selecionadas, e devem chegar aos seus destinatários. Peço que os adultos não interceptem essas cartas, mas deixem que elas cheguem ao seu destino".

Confira o vídeo abaixo:


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