Assembleia Geral CNBB

Dom Leomar fala sobre os desafios das Diretrizes da Ação Evangelizadora

Participaram da coletiva de hoje, dom Leomar Brustolin e dom Francisco Lima

Escrito por Laís Silva

12 ABR 2024 - 13H08 (Atualizada em 12 ABR 2024 - 14H27)

Reprodução / Santuário Nacional

Na Coletiva de Imprensa desta sexta-feira (12), na 61ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, os jornalistas se reuniram para receber Dom Leomar Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão do Tema Central da Assembleia, que falou sobre a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE); e Dom Francisco Lima, bispo de Carolina–MA, que falou sobre a Análise de Conjuntura Social.

Dom Leomar iniciou sua fala explicando que as novas diretrizes que estão sendo construídas deveriam ter sido aprovadas em 2023, mas foi adiado para 2025, devido aos novos desafios e do Sínodo.

“Sempre usamos a imagem da casa para construir as comunidades, mas desde o ano passado estamos usando a imagem da tenda, a tenda porque nós precisamos alargar o espaço. Existem novidades nos últimos 4, 5 anos que nós não tínhamos ainda contemplado. Dou um exemplo que todos compreenderão, toda a questão da inteligência artificial, o quanto vai impactar sobre as nossas vidas e sobre a evangelização”. Leia MaisColetiva de Imprensa: Presidência da CNBB faz balanço da 59ª Assembleia Geral

O arcebispo ainda completou explicando a importância de se alargar a tenda para alcançar e ir ao encontro de todos.

“A tenda também é menos fixa, ela é mais própria de nômades, que vão trocando de lugar conforme a necessidade. É tempo de mudança, uma mudança de época. Isso o documento de Aparecida falava”.

Ele explicou que o documento está sendo refletido e será elaborado com três aspectos fundamentais:

1 - Escutar os sinais dos tempos: Como analisar essa realidade?

2 – Discernir e Conversão Pastoral: Entender o que o Espirito está dizendo para nós fazermos. E conversão pastoral é mudança, “não ter medo de deixar uma pastoral de manutenção para uma pastoral essencialmente missionária”.

3 – Propor caminhos para missão: A missão é uma transversalidade urgente.

Além disso, dom Leomar enfatizou que os bispos estão propondo uma linguagem mais propositiva, imediata e simples, porque especialmente as comunidades devem entender esses grandes propósitos da CNBB para as diretrizes.

O presidente da Comissão do Tema Central da Assembleia, disse ainda que é importante falar do individualismo que está caindo sobre a fé cristã.

“Percebam que não estão se multiplicando grupos de círculos bíblicos, mas atos devocionais, que têm seu valor, mas nem sempre supõem o aspecto comunitário da fé. Não é possível ser cristão sem uma comunidade de fé. Tem um princípio teológico que a Trindade é uma comunidade de amor. Se nós queremos habitar o Reino de Deus, temos que ser comunitários; o isolamento não existe”.

O documento ainda trata do trabalho em comunidade:

“As últimas diretrizes determinaram que seriam Comunidades Eclesiais Missionárias e alguns entenderam que seria um novo tipo de comunidade, por isso as novas diretrizes não vão chamar comunidades 'isto ou aquilo', vamos dizer: pequenas comunidades. Cada um vai usar o próprio termo. Uns usam CEB'S, outros usam Comunidade Eclesial Missionária, outros utilizam Círculo Bíblico… Tudo tem que ser reconhecido e ter cuidado para que gente não uniformize o Brasil. Logo o Brasil, que é um 'continente' em termos de pluralidade”.

Dom Leomar destacou ainda alguns pontos principais que estão sendo revisados, entre eles a necessidade de uma verdadeira Igreja em Saída.

Os desafios são muitos, mas os focos principais são: rever a inicialização cristã — a catequese de fato tem que ser revista com urgência, isso supõe um grande processo, não é de uma hora para outra. Temos que rever também a espiritualidade e liturgia. Depois, a dimensão da solidariedade e caridade, que vai se chamar provavelmente “amizade social e ecologia integral”. A questão ecológica não é secundária, ela é urgente. E a missão, essa dimensão de sair da autorreferencialidade, deixar de fazer uma pastoral atrás do balcão, esperar que as pessoas venham até a secretaria para que a gente evangelize, não. É ser Igreja em Saída mesmo”.

O bispo de Carolina–MA, e presidente da Comissão de Análise de Conjuntura da CNBB, dom Francisco Lima, também esteve presente na Coletiva e destacou aos jornalistas um pouco sobre essa análise e o documento que foi apresentado para o episcopado brasileiro.

“A CNBB espera que, quando uma análise de conjuntura seja feita, possa um pouco mais fazer uma radiografia do mundo, da América Latina e do Brasil, nos aspectos sociopolítico e econômico”.

Ele explicou ainda que o documento elaborado pela comissão contém 112 páginas, com 213 notas bibliográficas. E que, nesta análise, foram identificadas questões de conflitos, questões ambientais, violência, entre tantas outras que devem entrar no radar de atenção de todos.

“O mundo nunca teve tanta polarização, não somente em dois polos, mas multipolar” .

.:: Veja a coletiva de imprensa na íntegra no a12.com/cnbb.

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