Brasil

A fome está diminuindo, mas ainda não desapareceu

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

20 MAR 2024 - 13H58 (Atualizada em 22 MAR 2024 - 11H08)

Joa Souza/Shutterstock

Não é todo dia que se pode falar uma notícia positiva como esta. Comprovadamente, 13 milhões de brasileiros deixaram de passar forme em 2023.

A fome, segundo definição da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), é a privação de uma alimentação de qualidade, nutritiva e suficiente durante todo o ano, sendo geradora de má nutrição e/ou desnutrição. A fome constante provoca mal-estar físico e psicológico, tendo impacto no desenvolvimento, na mortalidade infantil e na expectativa média de vida da população.

Leia MaisEstudo afirma que 13 milhões de brasileiros deixaram de passar fome em 2023CNBB lança campanha de enfrentamento à fomeA tragédia da fomePor outro lado, existe também a insegurança alimentar, que acontece quando as pessoas não têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência, como define a FAO.

Isso quer dizer que a pessoa em estado de insegurança alimentar passa pelas incertezas de quando, como e quanto irá comer em sua próxima refeição, colocando em risco sua nutrição, saúde e bem-estar.

E agora a notícia positiva: Num cenário que vinha piorando a cada ano no Brasil, sobretudo, no período da pandemia, está acontecendo agora uma inversão e o número de pessoas que passa fome tem diminuído de forma consistente no Brasil desde o ano passado.

A que se deve esta redução do número de famintos em nosso país: Isso veio pela somatória de alguns fatores como a melhoria nas condições de vida dos brasileiros, aumento da renda e retomada do Programa Bolsa Família com outros critérios. O favorecimento da agricultura familiar ou da pequena e média agricultura é outro fator importante, pois elas são quem, de fato, produzem os alimentos que chegam as mesas dos brasileiros, porque o agronegócio mira mais o mercado internacional com a produção dos chamados comodities

O problema, entretanto, ainda é alarmante porque o nível de insegurança alimentar grave voltou aos patamares de 2020, antes da pandemia, e ainda não foi resolvido. Há muito ainda por se fazer!

Olhemos também para fora de nós, porque no mundo são 3,1 bilhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e 783 milhões passando fome, como revelam os dados da ONU. A região mais afetada é a África, continente em que um a cada cinco indivíduos sofre de fome. Esse número é mais do que o dobro da média mundial.

Nelson Antoine/Shutterstock
Nelson Antoine/Shutterstock


A amizade social, como bem nos propõe a Campanha da Fraternidade deste ano, deve nos levar a fazer o que estiver ao nosso alcance, especialmente evitando o desperdício, para que a fome desapareça de vez do mundo.

:: Acesse a página sobre a Campanha da Fraternidade

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Redentorista da Província de São Paulo, graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da Província de São Paulo, atualmente é diretor da Rádio Aparecida

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