Por Redação A12 Em Brasil Atualizada em 04 SET 2019 - 09H58

A participação feminina na política

Shutterstock.
Shutterstock.

Hoje, no Brasil, as mulheres representam 53% do total de eleitores. Mas essa realidade é bem diferente quando se fala no percentual que elas ocupam nos cargos eletivos: em torno de 14%Se as mulheres são em maior número na hora de escolher os seus governantes, mas minoria nos cargos, é oportuna a pergunta: como valorizar e dar importância à participação da mulher na política?

Marilza José Lopes Schuina, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, e Sônia Gomes, presidente do Conselho do Regional Leste 2, duas mulheres que ocupam papéis de liderança na Igreja, discutiram essa realidade em entrevista ao A12.

Segundo Schuina, a sociedade ainda é “machista e patriarcal” e as mulheres são colocadas “à margem como objeto invisível, cuja função ainda é cuidar da casa, dos filhos sem consciência de seu papel na sociedade”. Entretanto, a presidente desse expressivo organismo do laicato do Brasil vê os esforços empreendidos ao longo da história.

“A história vem mudando pela luta das mulheres para fazer mudar a sociedade e ocupar espaços que antes eram reservados exclusivamente para os homens, seja no trabalho e na vida social. Tomando consciência de seus direitos e de sua cidadania, a mulher começa a participar de movimentos de reivindicações e a envolver-se na luta pelos direitos da mulher como pessoa humana, sejam os direitos individuais, sejam os direitos sociais e políticos”, assinala. 

:: 86 anos da conquista do voto feminino: o que mudou de lá para cá

Para Schuina, a mulher está no mercado de trabalho, mas continua lutando pela igualdade de gênero, pois “são excluídas dos espaços de poder e decisão, sem contar que no trabalho profissional, mesmo fazendo o mesmo trabalho que o homem e tendo mais qualificação, continua recebendo menos que os homens”, analisa.

Quando se trata da participação na política, Schuina também percebe avanços, mas acredita que ainda há muito o que ser feito para ampliar a presença feminina nesse espaço, que ainda é protagonizado por homens.

“Na política, a barreira continua difícil, principalmente porque a política é lugar de decisão e de poder, portanto é espaço privilegiado para os homens. Veja que as mulheres são mais da metade do eleitorado brasileiro, possuem mais escolaridade e, ainda assim, estão longe dos espaços de poder. Há avanços, mas ainda temos muito que fazer e lutar pela ampla participação da mulher na política em todas as esferas e até mesmo em universidades, sindicatos, empresas, inclusive no judiciário”, pondera. 

Para Sônia Gomes, o país ainda tem “muito que avançar” e precisa implementar planos de políticas públicas e de gestão “onde a mulher possa ser menos desvalorizada na sociedade”, especialmente, quando se trata de salários, violência doméstica, a vida em presídios, a colocação em empresas, na educação, entre outros. 

Schuina esclarece que, no processo eleitoral, "os partidos devem destinar 30% de vagas para mulheres e 5% dos recursos do Fundo Partidário para programas de promoção e participação das mulheres na política e da propaganda partidária, 10% do tempo deve ser para difundir a participação da mulher". 

Para ela, uma maior presença da mulher na política também deve vir acompanhada de valores e comprometimento com as causas sociais e o bem coletivo. 

"Vale dizer que não basta conquistar o poder, é preciso exercê-lo de maneira diferenciada, a serviço do bem comum", finaliza Schuina.

1 Comentário

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Redação A12, em Brasil

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...