Expectativa e qualidade de vida

A expectativa de vida está diretamente relacionada com a qualidade de vida que um país possui, e fatores como acesso à educação, saúde, assistência social, saneamento básico e segurança no trabalho contribuem para o seu aumento. Fatores como o aumento dos índices de violência, violência, presença de guerras e de conflitos internos influenciam diretamente na sua diminuição. Leia Mais 5 dicas para manter a sua saúde mental em dia e buscar mais qualidade de vidaConforto, qualidade de vida e Cristianismo

Em meio ao turbilhão de notícias e informações que recebemos todos os dias, uma delas não pode passar desapercebida: O aumento da expectativa média de vida do brasileiro.

Antes da crise sanitária representada pela Covid-19, em 2019, a expectativa média de vida do brasileiro era de 76,2 anos.

Em 2020, no início da pandemia, os indicativos caíram para 74,8 anos e, no ano seguinte, sofreram mais uma queda, ficando em 72,8 anos. Com o fim da pandemia, a expectativa subiu lentamente até chegar ao patamar atual.

Promoção da vida em todas as suas dimensões

Para o leitor poder ter a base da evolução, nos anos 1950, quando se intensificava o processo de industrialização do país, nossa expectativa de vida era de 46,8 anos; em 1970, quando o Brasil se tornou tricampeão do mundo de futebol, tendo população que se aproximava dos “90 milhões em ação” como se cantava a plenos pulmões, a expectativa de vida era de 57 anos.

Em 2015, esse indicador passou para 70,4 anos, e a perspectiva otimista era de que em 2030 poderia chegar a 74,5 anos.

Mas, com o avanço dos elementos que garantem a melhoria da expectativa, em 2023 já ultrapassamos esta projeção e o Brasil segue a tendência mundial, tendo projetada para 2030 uma expectativa de vida média de 79 anos.

Mesmo crescendo, estamos ainda longe da média de outros países, e nem aparecemos na lista encabeçada pelo Japão dos dez países onde a expectativa é de mais de 83 anos. O lugar do mundo onde se anota a mais baixa média de expectativa de vida é a Guiana, que enfrenta um conflito territorial e pode ser invadida pela Venezuela, sendo que lá a expectativa é 20 anos menor que no Brasil.

Em três décadas, a expectativa de vida aumentou 6,8 anos e mortalidade caiu 34% no Brasil, mas doenças crônicas, acidentes de trânsito e mortes violentas aumentam e prejudicam os índices.

As pesquisas mais recentes mostram que as mulheres continuam vivendo mais, com a média chegando a 76,7 anos; os homens vivem, em média, até 69,1 anos. Pelo menos nisso as mulheres superam os homens, porque eles são mais sujeitos a diversos fatores de risco que provocam um rebaixamento na expectativa média de vida.

Há, contudo, uma diferenciação de expectativa de vida não apenas em relação ao sexo, mas também entre as categorias sociais. Esta diferença se nota até mesmo em bairros de uma grande cidade como São Paulo ou Campinas, no interior de São Paulo. A mais cruel constatação é a de que o Brasil continua sendo um país desigual. Estamos longe de superar esta condição.

Há que se continuar trabalhando para a desigualdade ser extinta e que os fatores que elevam a expectativa de vida como saúde de qualidade, alimentação, trabalho e remuneração suficiente sejam promovidos, acontecendo, ao mesmo tempo, a diminuição dos fatores de risco.

Para não esquecer: A última pesquisa do IBGE mostrou que no Brasil já existem mais de 37 mil pessoas centenárias. Que a utopia de uma vida longa e com qualidade um dia possa ser igual para todos!