Brasil

O negacionismo no Brasil: Uma ruptura com a realidade

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

25 JAN 2022 - 15H33 (Atualizada em 25 JAN 2022 - 15H46)

Georgejmclittle/ Shutterstock

Nos últimos anos, vemos uma escalada assustadora de pessoas que negam diversos fatos científicos, muitos comprovados a séculos atrás. A abrupta escalada de negacionistas revela uma ruptura com a realidade, pela qual tanto o Brasil quanto o mundo atravessam.

Leia MaisQuando as fake news se propagam mais rápido do que o coronavírusDesde o início da pandemia de COVID-19, diversas fake news foram espalhadas, principalmente em relação ao quadro crítico que a nova doença estava causando em todo o mundo. Pessoas que negavam a veracidade de diversas pesquisas e dados científicos que mostravam que o vírus da COVID-19 era, de fato, mortal.

Vimos, também, com o surgimento das vacinas, pessoas se negando a serem vacinadas, causando, assim, a tomada de medidas drásticas pelos governos em todos os países.

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Mas o que leva tais pessoas a um negacionismo radical?

O fato é que, com o passar do tempo, percebemos que tais pessoas buscam uma “fuga mundi”, ou seja, desejam fugir do mundo, mas não de maneira física, e sim negando fatos que, ao longo dos séculos, ajudaram a humanidade em seu processo de amadurecimento e crescimento cientifico.

Buscam a própria verdade e se esquecem que a verdade está nos fatos, e não em deduções, pressentimentos, clarividências, artes obscura. Encontramos a verdade a partir do momento em que buscamos compreender a própria realidade em que vivemos.

Por meio de dados científicos, pesquisas, avanços tecnológicos, o homem procura sempre dar resultados positivos para o avanço na busca pela verdade. Acreditar que "a terra é plana", que as "vacinas não funcionam", que o vírus da COVID é "apenas um resfriado", é negar não só a verdade, mas negar a própria racionalidade da qual os seres humanos são dotados.

Romper com a realidade, negando a existência dos fatos atuais, é buscar por uma verdade inexistente. É o ato de querer se “proteger” da própria realidade em que se vive e deixar-se guiar por extremismos religiosos, políticos, culturais, se esquivando de viver o hoje, o presente, o agora.

Observamos a ruptura da realidade no Brasil por pessoas que almejam se apegar em inverdades que lhe garantem o conforto, fugindo da dura e, muitas vezes, cruel realidade. Realizar uma “fuga mundi” é cair no engano e na prepotência negacionista, fugindo da própria verdade que clareia o caminho do ser humano, em meio ao caos no qual vivemos atualmente.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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