A Igreja Católica Apostólica Romana dispõe de diversos cargos e títulos em sua hierarquia, como você pode ver neste material do A12, para preservar a doutrina e a liturgia da religião de forma universal.
Isso faz parte da evolução da Igreja, que se desenvolveu e os que passaram a serem ordenados para uma missão, no grau do sacerdócio ministerial — bispos, presbíteros e diáconos — assumiram funções específicas dentro da Igreja.
Um destes importantes cargos na Igreja Católica é o de Cardeal, termo do latim cardo/cardinis que significa ‘eixo’, algo que gira, neste caso em torno do Santo Padre. A responsabilidade do cargo é imensa, pois além de outras atribuições, os cardeais elegem um novo Papa, a partir do Conclave, e aqui você vai tirar dúvidas a respeito deste título.
O que é um Cardeal?
Os cardeais são colaboradores do Papa na condução da Igreja e também têm a missão, dentro do Colégio Cardinalício, de eleger o novo Papa quando o cargo fica vago na Sede Romana.
Também são responsáveis pela assessoria direta ao Papa na solução das questões organizativas e econômicas da Santa Sé e coordenam diversos dicastérios (uma espécie de ministério do Vaticano).
Quem pode ser Cardeal?
Os cardeais nomeados pelo Papa não necessariamente precisam ser bispos. Padres e diáconos também podem ser chamados, por serem homens notáveis pela sua doutrina, piedade e prudência.
Por isso, eles são divididos em três ordens: cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos, mas não são um grau superior dentro da hierarquia da Igreja, ou seja, um cardeal-bispo não é maior do que um cardeal-diácono, por exemplo.
O religioso pode recusar o título de Cardeal?
Após a nomeação, é possível ao religioso recusar ser criado Cardeal. Um exemplo recente é o do franciscano Dom Paskalis Bruno Syukur, bispo da diocese indonésia de Bogor, que pediu ao Papa Francisco não ser incluído no próximo consistório, no dia 7 de dezembro.
De acordo com o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni, o Santo Padre aceitou o pedido e a escolha do bispo foi motivada por “seu desejo de crescer ainda mais em sua vida sacerdotal, em seu serviço à Igreja e ao povo de Deus”.
Quantos cardeais temos no mundo?
O Colégio Cardinalício tem atualmente 236 membros (122 eleitores, 114 cardeais com mais de 80 anos). Para o próximo consistório, o Papa Francisco elevará 21 clérigos ao posto de cardeal, aumentando o número dos que tem direito a voto em um conclave papal para 143.
E quantos brasileiros são cardeais?
Atualmente temos oito bispos como cardeais representantes do Brasil:
Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP), Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP), João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Sergio da Rocha, arcebispo de São Salvador (BA), Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (AM), Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (DF) e Dom Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).
Entre os 135 cardeais eleitores, há trajetórias marcadas pela diversidade cultural e pastoral. A presença de líderes vindos de regiões historicamente pouco representadas, como Timor-Leste, Sudão do Sul e Suécia, expressa o desejo da Igreja de refletir cada vez mais a riqueza espiritual do mundo.
Esse mosaico humano que se reunirá na Capela Sistina oferece ao Conclave uma pluralidade de visões sobre os desafios da fé no século XXI.
Distribuição dos cardeais eleitores por continente:
• Europa: 53
• Américas: 37
• América do Norte: 16
• América Central: 4
• América do Sul: 17
• Ásia: 23
• África: 18
• Oceania: 4
A forte presença de religiosos mostra que o serviço à Igreja, vivido no coração dos carismas fundadores, tem relevância no processo de eleição. Dos salesianos aos jesuítas, passando por franciscanos, redentoristas e espiritanos, muitos cardeais trazem consigo a espiritualidade de suas congregações, unindo vivência pastoral e vida comunitária.
A expectativa é que essa pluralidade contribua para a escolha de um Papa atento às periferias, aos jovens e à missão evangelizadora da Igreja.
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