Espiritualidade

3 indicações da Igreja perante a transformação tecnológica

Cankin Ma 2020 (arquivo pessoal)

Escrito por Cankin Ma Lam

10 AGO 2021 - 10H45 (Atualizada em 16 AGO 2021 - 08H52)

13_Phunkod/ Shutterstock

Alguns filmes e seriados com os quais pessoas da minha geração cresceram deram palpites sobre como seria o século XXI. Em vários deles, um ponto importante dizia respeito aos avanços nos meios de transporte. De forma simples, isto pode ser visualizado na imagem de carros que voam, como nos Jetsons ou em Back to the Future.

Olhando para os últimos séculos, vemos que as revoluções industriais nos séculos XVIII - XX tiveram impacto não apenas nos avanços técnicos de fato, mas também na percepção sobre o mundo que nos rodeia. Algo impressionante foi a acelerada mudança nos meios de transporte. Talvez, por isso, as previsões para o futuro eram transformações ainda mais impressionantes nesse âmbito.

É muito difícil prever de forma exata em que direção acabarão evoluindo os avanços técnicos. Hoje, não vemos nas nossas cidades carros voando, mas atestamos mudanças significativas na forma de levar a vida.

Umas poucas décadas atrás, era difícil imaginar o impacto e a acessibilidade que chegaria a ter a internet. Hoje, o contexto atual manifesta a solidez de várias dessas estruturas, assim como os desafios de apoiar o trabalho e os relacionamentos nelas.

Um colega do A12 escreveu um texto bastante curto e claro sobre a transformação digital, intimamente ligado à transformação social. Leia aqui.

Shutterstock
Shutterstock


Dito isso, o presente texto foca no que a Igreja ensina ao se relacionar com tais transformações. É evidente que elas não equivalem imediatamente ao bem ou mal moral. É importante valorar, a partir do Evangelho, as diversas realidades deste mundo "transformado digitalmente". Aqui seguem 3 indicações de um documento do Concílio Vaticano II (Inter Mirifica, 3):

"A Igreja católica (...) considera seu dever pregar a mensagem de salvação, servindo-se dos meios de comunicação social, e ensina aos homens a usar retamente estes meios.

À Igreja, pois, compete o direito nativo de usar e de possuir toda a espécie destes meios, enquanto são necessários ou úteis à educação cristã e a toda a sua obra de salvação das almas.

Além disso, compete principalmente aos leigos vivificar com espírito humano e cristão estes meios, a fim de que correspondam à grande esperança do gênero humano e aos desígnios divinos".

Assim, ao perceber que o "mundo digital" está a serviço do homem, e sendo o bem supremo o encontro com o Deus Vivo, uma primeira indicação é colocar tais meios a serviço do Evangelho. Sendo a Igreja Mestra em humanidade, tem o direito de se relacionar com estes meios e colocá-los a serviço do bem da humanidade.

Finalmente, é importante que cada um de nós inunde com uma experiência autenticamente humana e cristã o que estes meios oferecem. Em geral, não se deve achar que, de fábrica, tais meios trazem bens ou males, pois são meios e não fins. Trata-se de ordená-los, de tal forma que possam estar a serviço do bem de cada um e, em última instância, do Bem Supremo.

Escrito por
Cankin Ma 2020 (arquivo pessoal)
Cankin Ma Lam

Nascido no Equador, filho de pai chinês é apóstolo de plena disponibilidade no Sodalício de Vida Cristã. Atualmente faz caminho ao sacerdócio e estuda teologia na Universidade Católica de Petrópolis.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Redação A12, em Espiritualidade

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...