Espiritualidade

Ajudar a si mesmo(a): relatos para crescimento pessoal

Padre Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R.

Escrito por Padre Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R.

21 ABR 2021 - 14H17 (Atualizada em 21 ABR 2021 - 14H58)

Todos nós precisamos de ajuda, e queira Deus que não nos faltem pessoas capazes de nos ajudar a desatar os nós de nossa história pessoal. É que nos desconhecemos em parte. E como somos 'mata virgem', por vezes, mal cuidada, o inesperado de nossas reações nos desconcerta. Só crescemos melhor sendo bons jardineiros de nossos mundo interior. Jardineiros e hortelãos.

A 'mata interior' são nossos afetos e desafeições, emoções e sentimentos. São nossos impulsos reativos, nossas pulsões que nos empurram em todas as direções, nos fragmentando. Desorientando. Corremos sempre o risco de perder o caminho em direção a mais vida.

gornostay/ Shutterstock
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Nossa mata interior! Isto significa que, em nós, há bichos e riachos com correnteza, redemoinhos e remansos. Significa que os bichos nada domésticos nos acossam. Esta constatação nos relança à busca de uma consciência lúcida, a fim de permanecermos aprendizes na arte de ajudar a nós mesmos.

Leia MaisA Espiritualidade da AlegriaHumanização e espiritualidadeO que chamamos de 'EU' pode estar fragmentado e viveremos inquietos, incomodados. Ficamos como que subjugados por tendências internas contraditórias. Ser EU-SUJEITO é arte de uma vida interior bem cuidada, com boa unidade de nossos estados de espírito: alma como chama por mais vida ou desânimos. Ser Eu-Sujeito, levando em conta meus próprios avessos: um eu-contraditório ou inseguro. Ou um Eu que se faz de vítima. Paulo, o apóstolo escreveu: "Não faço o bem que quero e faço o mal que não quero".

Essa alternância de tantos “eus” clama para que nos modifiquemos: tornar-se sujeito. Donos de nós mesmos, nunca seremos. Sujeitos, sim. De nossos caminhos bem vividos e o menos possível subjugados por impulsos reativos, tendências descontroladas, pulsões ou compulsões.

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A tarefa de toda a nossa vida é ajudar-se a si mesmo, cultivando um vida interior qual bom jardineiro e melhor hortelão. Ser jardim e quintal de qualidade, com flores e frutos a repartir e saborear. Afinal de contas, viver é saber compor as diferentes forças que nos habitam a partir de um PROJETO PESSOAL DE VIDA, o que chamamos de santidade, santificar-se.

Deus nos quer criadores de nós mesmos, pessoas de amorosa convivência, capazes de levar a vida nos passos de Jesus: ser-com e ser-para... que todos desfrutem, com Deus, de uma vida saudável de convivência. Vida que faz sentido, nos torna gente de valor e gozando de contentamentos de ser.

Essa é nossa vocação. Este o nosso peregrinar. E o Guia-parceiro de nosso jardim interior e de nosso quintal é o Espirito Santo, que Jesus e o Pai nos deram. Urge aprender a escutá-lo no íntimo de nossos desejos e buscas. Que bom será cantar:

"Tô relendo minha vida. Estou podando meu jardim!" (Vander Lee)


Escrito por
Padre Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R.
Padre Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R.

Missionário redentorista, atua na Diocese de Juiz de Fora/ MG. Escreve sobre Psicoespiritualidade para o Portal A12.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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