Oração, jejum e esmola: como viver a Quaresma com São José

Leia MaisComo São José pode inspirar famílias e pais?Por que o dia de São José mudou neste ano?Novena de São José 2023: confira as reflexõesAnualmente, celebramos a solenidade de São José no tempo litúrgico da Quaresma. Tempo em que nos preparamos para celebrar a Páscoa do Senhor. Tempo em que Nosso Senhor nos chama à conversão sincera do coração. Tempo em que a Igreja nos convida a ouvir, com mais frequência, a Palavra de Deus.

Tempo em que nos aproximamos mais da pessoa de Jesus Cristo e dos irmãos através da oração, do jejum e da esmola (cf. Mt 6, 1-6.16-18). Tempo em que somos acompanhados pelo esposo da Virgem Maria e pai de Jesus, o glorioso São José.

Creio que não celebramos a solenidade de São José na Quaresma por acaso. Providencialmente, a liturgia da Igreja, a cada tempo quaresmal, presenteia a todos nós com a celebração da solenidade deste grande homem de Deus, modelo para todos nós. Em São José, encontramos “um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de dificuldade” (Papa Francisco na Carta Apostólica Patris corde, Introdução).

Thiago Leon

São José é como um luzeiro a iluminar o nosso caminho rumo à celebração do mistério pascal de Cristo. Ele tem muito a nos inspirar e a contribuir com o nosso processo de conversão rumo à Pascoa de Jesus Cristo, ajudando-nos a fazer da Quaresma um tempo forte de encontro com Deus e com os irmãos.

Com o esposo de Maria e pai de Jesus, aprendemos a colocar em prática a oração, o jejum e a esmola, que, neste tempo santo, constituem as chamadas três obras quaresmais. Iluminadas pela vida de São José, essas obras nos auxiliam a melhorar nossa relação com Deus, com o próximo e com as coisas. Quaresma é tempo de nos recolocarmos no caminho de Deus e de valorizarmos o essencial da vida.

Neste tempo da Quaresma, o exemplo e o testemunho de São José nos acompanham e nos ajudam a rezar melhor, a sermos homens e mulheres de oração, íntimos de Deus, pois é rezando que nos aproximamos do Deus vivo e verdadeiro, no dever de fazer valer em nós a vontade que vem do Céu, assim como fez o “homem justo” (cf. Mt 1,19) e atento à Lei de Deus, o humilde carpinteiro José (cf. Mt 13,55).

Thiago Leon

À semelhança de São José, somos chamados neste tempo santo a revermos nossos “acolhimentos”. Estamos acolhendo os nossos irmãos e irmãs em suas carências e necessidades ou estamos excluindo, colocando-os à margem de nossas relações?

“O acolhimento é um modo pelo qual se manifesta, na nossa vida, o dom da fortaleza que vem do Espírito Santo para nós [...].
O acolhimento de José nos convida a receber os outros, sem exclusões, tais como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis, porque Deus escolhe o que é frágil (1Cor 1,27)” (Papa Francisco na Carta Apostólica Patris corde, n. 4).

Quaresma é tempo de escancarar as portas do coração, mas também é tempo de abrir as mãos, ajudar a quem precisa. Discreto e presente no cotidiano da vida, São José viveu na simplicidade; viveu para os outros; viveu na gratuidade de quem compreendeu o amor. O pouco que tinha soube partilhar. E nunca lhe faltou nada, porque tinha Deus, seu único necessário, seu bem mais precioso.

Que a Quaresma deste ano aumente em nós o amor a Deus e aos irmãos, para que seja, verdadeiramente, um tempo de oração, jejum e esmola. Vivamos, irmãs e irmãos caríssimos, este tempo de conversão na companhia do Guardião do Redentor!

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