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Espiritualidade

Espiritualidade Dehoniana, um chamado também para leigos

Confira uma entrevista com Dom Murilo Krieger, arcebispo emérito e membro da Congregação Dehoniana, sobre a espiritualidade dos Sacerdotes do Sagrado Coração

Escrito por Giovana Marques

12 AGO 2025 - 11H41 (Atualizada em 12 AGO 2025 - 13H32)

Reprodução/ Dehonianos

A Congregação dos Dehonianos surgiu, em 1878 na França, com o objetivo de viver e anunciar o Evangelho conforme a experiência espiritual do seu fundador, o venerável Padre Leão Dehon, que dedicou sua vida a anunciar a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus.

Inicialmente, a congregação era chamada de Oblatos do Sagrado Coração e em 1884, renasceu com o nome oficial de Sacerdotes do Coração de Jesus, SCJ. Atualmente, ela está presente em mais de 40 países e seu carisma se estende também a leigos e institutos seculares.

Nesta semana em que toda a Família Dehoniana celebra a memória do centenário de falecimento do padre Dehon, o Portal A12 destaca a riqueza da espiritualidade por meio da entrevista com Dom Murilo Krieger, arcebispo emérito da Arquidiocese de São Salvador (BA) e membro da congregação.

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1. Qual é a essência da Espiritualidade Dehoniana e como ela pode inspirar os cristãos de hoje?

Dom Murilo: A Espiritualidade Dehoniana não se fundamenta em algum trabalho concreto, como acontece em muitas congregações religiosas, mas em uma atitude: os filhos do Padre Dehon são chamados a se unir a Cristo em sua oferta ao Pai pela humanidade.

Somos chamados a fazer isso pelo nosso amor, pelo desejo de reparar o Coração de Jesus, pelas ofensas que lhe são feitas, pela Adoração Eucarística e, naturalmente, pela intensa participação na Santa Eucaristia.

Isso não é novo na Igreja, como bem salientou o Papa Francisco em sua encíclica que podemos chamar de seu “testamento”, pois foi a última que escreveu e divulgou: “Dilexit nos” (que quer dizer: Ele nos amou).

Escrita em outubro de 2024, é um apelo aos cristãos se voltarem para o Coração de Jesus, expressão máxima do amor do Pai por nós. A espiritualidade do Coração de Jesus, segundo o Papa Francisco, é uma síntese do Evangelho, pois nos conduz ao amor divino e humano de Jesus.

Assim, a espiritualidade dehoniana não é apenas para os religiosos do Padre Dehon, mas para todo o povo de Deus, pois chama a atenção de todos para o que é essencial na fé. Com alegria, constatamos que há muitos que vivem segundo o nosso carisma, especialmente em paróquias e obras a nós confiadas.

2. Qual o simbolismo dessa caminhada de fé ao Santuário Nacional para os religiosos e leigos dehonianos que participam dela?

Dom Murilo: Neste dia 12 de agosto, a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus está celebrando o centenário do falecimento do Padre João Leão Dehon. Ele era um sacerdote francês, inflamado pelo amor ao Coração de Jesus.

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A partir desse amor, ele procurou ver onde o amor de Deus estava mais ausente, e começou, então, a dedicar-se aos jovens, aos operários e às pessoas que precisavam ouvir o convite de Jesus:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).

Chamo a atenção para o seguinte: o nome “Coração de Jesus” é bíblico, pois foi o próprio Jesus que se deu esse nome.

Nossa peregrinação será ao Santuário Nacional de Aparecida pois sabemos que ninguém como a Mãe de Jesus conheceu tão bem, tão intensa e profundamente a intimidade de Cristo. Queremos, assim, dizer à Maria: Mãe Aparecida, dá-nos a graça de ter por Jesus um pouco do amor que tens por Ele.

3. Como esse chamado pode ser vivido concretamente também por leigos no cotidiano?

Dom Murilo: Todos são chamados a penetrar no mais profundo daquele Coração que foi aberto no Calvário pela lança do soldado. Ali, todos são chamados a aprender a amar o Pai como Jesus o ama; a amar os irmãos como ele os ama; e a amar a si próprio com o amor que Jesus lhe dedica.

Tudo isso pode e deve ser expresso pela oferta da própria vida ao Coração de Jesus, oferta, pois, dos trabalhos, das responsabilidades pessoais, das orações, dos sacrifícios etc.

Maria.Ratta/ Shutterstock  Maria.Ratta/ Shutterstock

4. O senhor, como bispo e dehoniano, como tem experimentado pessoalmente essa espiritualidade ao longo de sua missão episcopal e pastoral?

Dom Murilo: Ser dehoniano foi muito importante para eu entender que deveria ser disponível à Igreja, isto é, estar ali onde ela precisasse de mim. Foi assim que abracei com muito amor cada transferência ou pedido que vinha dos Papas ou das necessidades da Igreja.

O meu lema: “Deus é amor” (1Jo 4,16) é fruto de uma convicção que foi se aprofundando ao longo do tempo. Explico-me: estou convicto de que começa realmente o processo de conversão de uma pessoa quando ela se convence que é amada por Deus.

Desaparecem, então, o medo, a insegurança e a preocupação com o futuro, e se fortalece a certeza de que, realmente, Jesus cumpre sua promessa de estar conosco todos os dias de nossa vida.

Uma vez que deixei a responsabilidade de uma diocese (agora sou “emérito”), dedico-me a pregar retiro para sacerdotes, para que tomem maior consciência do privilégio de terem sido chamados, consagrados e enviados para estarem a serviço de Jesus e de seu Reino.

Leia  add Jubileu dehoniano em Aparecida: “Por Ele vivemos!”

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